sexta-feira, 18 de julho de 2008
MENSAGEM PROFÉTICA: "BENS E DEVERES"
Poderíamos dizer que a conduta humana se vê afectada por duas chamadas distintas da natureza: uma que vem principalmente de dentro e outra que chega principalmente de fora.
A primeira é a chamada que lhe faz o próprio ser, na medida em que é um ser necessitado, e olha para fora em busca do que necessita (comer, beber, etc.), é a chamada dos bens que atraem.
A segunda é a chamada que lhe dirigem os seres que o rodeiam, que também têm necessidades e portanto direitos, que nos aparecem a nós como deveres para com eles.
a) A chamada dos bens. Bens são tudo aquilo que todos apetecem ou desejam (Aristóteles).
Como a natureza é sábia, tende a desejar aquilo que é para ela um bem e esse impulso é reforçado pela satisfação que causa alcançar esses bens (prazer) e pelo mal que causa ver-se privado deles (dor). Por isso, mesmo ao nível dos animais, pode-se amestrá-los com um sistema de prémios e castigos.
Mas o desenvolvimento da inteligência amplia enormemente a possibilidade de descobrir bens ou modos de obtê-los (dinheiro, comodidade, saúde, segurança, habilidades, profissão, amizade, amor, valores estéticos, virtudes...). Uns são "primários", outros "úteis" outros por "consideração social" outros pela sua "qualidade humana". Estes últimos dependem muito da educação e do exemplo.
Aprender quais são os bens do homem e chegar a amá-los faz parte da moral, da arte de viver. Mas só uma parte, pois além dos bens, estão também os deveres.
b) A voz dos deveres, é a voz que chega das coisas que nos rodeiam.
A inteligência permite-nos saber que não estamos sós no mundo e colocar-nos na situação desses outros seres que também têm necessidades como nós. O que é bom (ou mau) para nós também é bom (ou mau) para os outros.
É próprio do homem sentir-se obrigado por essas vozes. Isto é, a tratar as coisas com respeito. À medida que se vai desenvolvendo a nossa inteligência, ampliamos a nossa experiência pessoal e recebemos mais educação, adquirimos mais sensibilidade para escutar as vozes que nos chegam do mundo que nos rodeia e sentimos a obrigação de os ajudar.
Em resumo, a conduta humana está condicionada por bens e deveres, que é preciso conjugar, porque às vezes limitam-se uns aos outros. A moral, que é a arte de viver bem, é a arte de conjugar bens e deveres, colocar ordem nos amores.
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