segunda-feira, 23 de junho de 2008

O TABACO


O tabaco é nome comum dado às plantas do género Nicotiana (Solanaceae), em particular a N. tabacum, originárias da América do Sul da qual é extraída a substância chamada nicotina. Os povos indígenas da América acreditavam que o tabaco tinha poderes medicinais e usavam-no em cerimónias. Foi trazida para a Europa pelos espanhóis, no início do século XVI. Era mascado ou, então, aspirado sob a forma de rapé, depois de secarem as suas folhas. O corsário Sir Francis Drake foi o responsável pela introdução do tabaco na Inglaterra em 1585, mas o uso de cachimbo só se generalizou graças a outro navegador, Sir Walter Raleigh. Um médico francês, de nome Jean Nicot (de onde deriva o nome da nicotina) usava-o como medicamento, para curar as enxaquecas da rainha Catarina de Médicis.
No entanto no século XVII começaram a surgir preocupações por causa dos malefícios provocados à saúde pelo tabaco, que para além disso era viciante. Várias nações colocaram restrições ao seu uso mas, ao mesmo tempo, o tabaco proporcionou muitos lucros aos estados que cobravam impostos significativos sobre as suas vendas.
O cigarro (do espanhol cigarro) é uma pequena porção de tabaco (ou fumo) seco e picado, enrolado em papel (mortalha) fino ou em palha de milho (cigarro de palha), para se fumar, sendo que o primeiro é industrializado e o segundo, manufacturado.
O cigarros podem, ou não, dispor de um sistema de filtro, geralmente de esponja ou papel.
Embora seja possível, actualmente, comprar cigarros em maços de 20, esse produto não foi criado dessa forma. Posteriormente à utilização de rapé como actividade de lazer, o cigarro já era consumido, enrolado manualmente ou com a ajuda de máquinas de enrolar. Cada vez mais, o acto de fumar foi-se assumindo como acto de inovação, e também de sensualidade.
O tratamento do tabaco induzido na comercialização de cigarros, introduz substâncias cancerígenos que são agravados durante a sua combustão, que podem prejudicar o organismo de diversas formas.
Anualmente o seu consumo é tão difundido que, devido às consequências maléficas da inalação do fumo e ao facto de as pessoas se sentirem incomodadas ao inalar o fumo alheio, foram criadas zonas de não-fumadores em muitos locais públicos.
Embora o Governo tenha arrecadação relativa ao imposto sobre o cigarro, o custo social do cigarro é muito maior. Os planos de saúde pública são obrigados a arcar com o encargo das doenças provocadas pelo fumo de tabaco, além dos próprios fumadores, que além de pagarem impostos muito elevados para utilizarem a droga, ainda têm que se responsabilizar com os tratamentos de saúde resultantes do uso do tabaco, e que não são cobertos por nenhum plano de saúde.
Na combustão do tabaco produzem-se milhares de substâncias que são transportadas pelo fumo até aos pulmões. Estas substâncias actuam principalmente sobre o aparelho respiratório, mas algumas delas são absorvidas passando para a corrente sanguínea a partir da qual actuam sobre o organismo. Tais substâncias podem agrupar-se do seguinte modo:
Nicotina: É uma droga psicoactiva responsável pela maior parte dos efeitos do tabaco sobre o organismo e gera dependência física. A duração média da nicotina no sangue é inferior a 2 horas, e se a sua concentração for reduzida aparecem os sintomas que alertam o fumador para a necessidade de um novo cigarro;
Irritantes: O fumo do tabaco contém muitas substâncias irritantes como a acroleína, fenóis, peróxido de nitrogénio, ácido cianídrico, amoníaco, etc., que provocam a alteração dos mecanismos de defesa do pulmão e a contracção bronquial pela estimulação das glândulas secretoras da mucosa;
Alcatrão e outros agentes cancerígenos: Todas as substâncias tóxicas que contribuem para as neoplasias associadas ao consumo do tabaco, sendo a mais estudada o alfabenzopireno.
Monóxido de Carbono È um gás incolor de elevada toxicidade presente em grande concentração no fumo do tabaco. Este gás tem uma grande facilidade em se associar a hemoglobina, diminuindo a capacidade de transporte de oxigénio.
A nicotina é um estimulante poderoso e é um dos principais factores que levam ao consumo contínuo de tabaco. Embora a quantidade de nicotina inalada no fumo seja muito pequena (a maior parte da substância é destruída pelo calor), ela ainda é suficiente para causar dependência psicológica e/ou física. A quantidade de nicotina absorvida pelo corpo no tabagismo depende de diversos factores, incluindo o tipo do tabaco, se o fumo é inalado e se é usado um filtro.
O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 200 milhões de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumadores. Pesquisas comprovam que aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumadores constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar.
O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Caso as actuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos).
Os principais riscos à saúde relacionados ao tabagismo se referem às doenças do sistema cardiovascular, sendo o tabagismo um factor de risco importante para enfarte do miocárdio (ataque cardíaco), doenças do foro respiratório como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) e enfisema, e cancro, particularmente o cancro do pulmão, da laringe e da boca.
Associada a essas medidas de contenção do consumo de cigarros, está a actual campanha europeia de sensibilização ao fumador, que expõe avisos visíveis nos maços de cigarro com as consequências maléficas do seu consumo.

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