Já escrevi muito sobre diversos temas, desde a Amizade, os Amigos, o Amor, a Coragem, entre outros. Falta-me talvez abordar o tema mais polémico que alguma vez tratei, que é sobre o CIÚME, suas implicações, razões e consequências. Espero sinceramente ser bem interpretado por quem ler este texto, mas ao mesmo tempo irei abordar o ciúme na vertente dos outros temas já tratados por mim, ou ainda abordar outros temas. Será como lhe chamo este texto, a CONFRONTAÇÂO. Não sou um moralista nem quero me tornar um puritano da sociedade podre, pobre e cobarde sem regras de conduta nem códigos de ética.
O Ciúme é uma espécie de confrontação emocional que existe dentro de nós e foi por isso que lhe dei este título de “Confrontação”.
O Ser Humano deve ser livre, para optar em qualquer momento. Para mudar. Não deveríamos ter instituições religiosas, seculares, tradições ou "bons costumes" para nos dizer o que devemos fazer em matéria sentimental, pois o Ser Humano, é um Ser indomável. Penso que mais gostaríamos de ser do que somos... ou, melhor dizendo, há uma parte de nós indomada que luta para se manter livre, mas há partes de nós que já não mais consegue caminhar sozinha.
Pois como disse Kant: "Não tenho medo de ser refutado, e sim de ser mal compreendido.".
O ciúme é fruto do medo de "não ser", porque é através do olhar do outro que nos reconhecemos, porque o medo, ainda que imerso nos mares revoltos da complexidade humana, ainda que extremamente embrenhado na floresta das relações influenciadas pela cultura, a raiz do problema ainda é o sentimento de posse, pois é biológico.
Já o sentimento de posse... Ah! Esse sim, esse só visa garantir diante dos olhos do mundo a legitimidade da parceria, da conquista, sendo como uma necessidade de confirmação social de pertença de um parceiro, e consequentemente de identificação do "território genético" já devidamente "conquistado". Como todo o arranjo social nascido de uma necessidade biológica, esse sentimento foi sendo consecutivamente cristalizado por meio de processos de institucionalização da parceria, das tradições que sacramentavam a posse dos parceiros, das regras jurídicas que instituem as formas dessa parceria, da normalização dos sentimentos, acções e pensamentos que configuram a parceria... enfim... enfim… tradições… O sentimento de posse dá origem quase sempre ao ciúme.
O ciúme por sua vez, ouso dizer, é fruto da nossa busca pelo reconhecimento daquilo que desejamos ser, ou melhor dizendo, pelo medo de não sermos reconhecidos... Para que haja ciúme é necessário algum tipo de afecto, algum tipo de expectativa afectiva, algum tipo de relação entre o objecto de ciúme e o sentimento de identidade emocional de quem se encontra enciumado. No sentimento de posse não!
Contudo, o ciúme é um sentimento poderosíssimo, e sua emergência é desconcertante, é avassaladora, porque nos remete ao medo da perda do afecto. A emergência do ciúme pode ser vivida de forma violenta, amarga e sofrida, mas quase sempre essa turbulência dará lugar a tentativa de manter o objecto de afecto junto de si, e via de regra nos dispomos a inúmeras concessões apenas para garantir a permanência desse olhar que nos reconhece.
O Ciúme é, praticamente o maior de todos os sentimentos negativos humanos, fruto do medo. Neste caso o medo de perder o seu parceiro sexual de uma forma ou de outra, medo de perder o privilégio da exclusividade, um impulso da natureza que tenta garantir a transmissão dos seus genes com prioridade absoluta sobre os de qualquer outro concorrente através da mulher que nós escolhemos.
O ciúme, é sim fruto do medo, mas não é só isso, e nem tão pouco é meramente o medo de perder o parceiro sexual, é o medo de perder o afecto do parceiro, é o medo de não ser mais o escolhido, é o medo de tornar-se o excluído, excluído da possibilidade amorosa do encontro, do terno e doce abrigo do aconchego...
O Ciúme é uma espécie de confrontação emocional que existe dentro de nós e foi por isso que lhe dei este título de “Confrontação”.
O Ser Humano deve ser livre, para optar em qualquer momento. Para mudar. Não deveríamos ter instituições religiosas, seculares, tradições ou "bons costumes" para nos dizer o que devemos fazer em matéria sentimental, pois o Ser Humano, é um Ser indomável. Penso que mais gostaríamos de ser do que somos... ou, melhor dizendo, há uma parte de nós indomada que luta para se manter livre, mas há partes de nós que já não mais consegue caminhar sozinha.
Pois como disse Kant: "Não tenho medo de ser refutado, e sim de ser mal compreendido.".
O ciúme é fruto do medo de "não ser", porque é através do olhar do outro que nos reconhecemos, porque o medo, ainda que imerso nos mares revoltos da complexidade humana, ainda que extremamente embrenhado na floresta das relações influenciadas pela cultura, a raiz do problema ainda é o sentimento de posse, pois é biológico.
Já o sentimento de posse... Ah! Esse sim, esse só visa garantir diante dos olhos do mundo a legitimidade da parceria, da conquista, sendo como uma necessidade de confirmação social de pertença de um parceiro, e consequentemente de identificação do "território genético" já devidamente "conquistado". Como todo o arranjo social nascido de uma necessidade biológica, esse sentimento foi sendo consecutivamente cristalizado por meio de processos de institucionalização da parceria, das tradições que sacramentavam a posse dos parceiros, das regras jurídicas que instituem as formas dessa parceria, da normalização dos sentimentos, acções e pensamentos que configuram a parceria... enfim... enfim… tradições… O sentimento de posse dá origem quase sempre ao ciúme.
O ciúme por sua vez, ouso dizer, é fruto da nossa busca pelo reconhecimento daquilo que desejamos ser, ou melhor dizendo, pelo medo de não sermos reconhecidos... Para que haja ciúme é necessário algum tipo de afecto, algum tipo de expectativa afectiva, algum tipo de relação entre o objecto de ciúme e o sentimento de identidade emocional de quem se encontra enciumado. No sentimento de posse não!
Contudo, o ciúme é um sentimento poderosíssimo, e sua emergência é desconcertante, é avassaladora, porque nos remete ao medo da perda do afecto. A emergência do ciúme pode ser vivida de forma violenta, amarga e sofrida, mas quase sempre essa turbulência dará lugar a tentativa de manter o objecto de afecto junto de si, e via de regra nos dispomos a inúmeras concessões apenas para garantir a permanência desse olhar que nos reconhece.
O Ciúme é, praticamente o maior de todos os sentimentos negativos humanos, fruto do medo. Neste caso o medo de perder o seu parceiro sexual de uma forma ou de outra, medo de perder o privilégio da exclusividade, um impulso da natureza que tenta garantir a transmissão dos seus genes com prioridade absoluta sobre os de qualquer outro concorrente através da mulher que nós escolhemos.
O ciúme, é sim fruto do medo, mas não é só isso, e nem tão pouco é meramente o medo de perder o parceiro sexual, é o medo de perder o afecto do parceiro, é o medo de não ser mais o escolhido, é o medo de tornar-se o excluído, excluído da possibilidade amorosa do encontro, do terno e doce abrigo do aconchego...
(CONTINUA)
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