domingo, 5 de abril de 2009

A PAZ QUE TRAGO NO MEU PEITO

A paz que trago hoje no meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia.
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção. Todavia, o tempo vai-nos mostrando que a paz é o resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece.
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho, na esperança, na confiança, na fé, entre outras coisas.
Ter paz é ter a consciência tranquila, é ter a certeza de que se fez o melhor ou, pelo menos, se tentou. Ter paz é assumir as responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida. Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz as palavras que constroem. Ter paz é ter um coração que ama. Ter paz é brincar com as crianças, voar com os pássaros, ouvir o rio que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que nas suas água se espreguiçam. Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar. Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não quando é não que se quer dizer. Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade. É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer. Ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências.
A paz que hoje trago no meu peito é a tranquilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as minhas próprias imperfeições. É a humildade para reconhecer que não sei tudo e até aprender com os animais. É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo. É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra. É admitir que nem sempre tenho razão, e mesmo que tenha, não lutar por ela.
A paz que hoje trago no meu peito é a confiança. A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das soberanas leis da vida, o que a elas tiver oferecido.
Às vezes, para manter a paz que hoje se encontra no nosso peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio. Devemo-nos lembrar de usar sempre o silêncio quando ouvimos palavras infelizes. Quando alguém está irritado. Quando a ofensa nos golpeia. Quando alguém se encoleriza. Quando a crítica nos fere. Quando ouvimos uma calúnia. Quando a ignorância te acusa. Quando o orgulho te humilha. Quando a vaidade te provoca. O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.

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