quinta-feira, 1 de abril de 2010

CREIO EM DEUS


As pessoas acreditam em si mesmas. Mas muitas acreditam também em algo que as ultrapassa. Acreditam em Deus. Esperam d'Ele uma resposta que ultrapassa toda a capacidade de conhecimento. Porque estou na terra? Porque temos de morrer? Donde procede a diversidade da vida? Existe uma causa última que dê sentido à vida e também ao sofrimento?

Em todas as épocas e em todos os povos, os homens procuram Deus. Procuram-n'O para aprender d'Ele a compreenderem-se e a compreender o mundo. Todo o homem pode reconhecer a mão eficiente de Deus na ordem diversificada da criação.

As obras são o reflexo d'Aquele que as criou. Existe uma maneira mais directa de encontrar Deus e de estar seguro da sua existência. Testemunham-no os profetas da Primeira Aliança, enviados por Deus. Um mestre da Igreja primitiva escreve: "Muitas vezes e de muitos modos falou Deus a nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho" (Hb 1,1).

Os cristãos confiam no testemunho da Bíblia. Acreditamos que Deus escolheu o pequeno povo de Israel, entre todos os povos da terra, para estabelecer com ele uma aliança. Através deste povo, todos os povos da terra aprenderão que Deus existe e que Ele tem um plano para os homens. A história desta aliança divina com Israel encontra-se nos livros do Antigo Testamento.

Através das histórias bíblicas dos encontros, aprendemos a conhecer a Deus. Aprendemos quem é Deus e o que Ele quer do homem ou para o homem.

Moisés pastava o seu rebanho no deserto. Vê então uma sarça ardendo sem se consumir pelo fogo. Ouve a voz que lhe diz: "Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob... Eu bem vi a opressão do meu povo que está no Egipto, e ouvi o seu clamor...; conheço, na verdade, os seus sofrimentos" (Ex 3,6-7).

O Deus transcendente e todo-poderoso uniu-Se a esses homens. Sofreu com eles. Através de Moisés quer conduzi-los à liberdade. Moisés estremece, não quer aceitar essa missão. Pede que, do meio do fogo, lhe diga o seu nome. Deus diz-lhe: "Eu sou aquele que é". Não é um nome habitual. Deus está aí para o homem. Deus está aí! E isto é válido para todos os homens e para todos os tempos.

E agora, eis o que diz o Senhor, o que te criou...
Nada temas, porque Eu te resgatei,
e te chamei pelo teu nome; tu és meu.
Se tiveres de atravessar as águas, estarei contigo,
e os rios não te submergirão.
Se caminhares pelo fogo, não te queimarás,
e as chamas não te consumirão.
Porque Eu, o Senhor, sou o teu Deus;
Eu, o Santo de Israel, sou o teu salvador.
ISAÍAS 43,1-3

Job, um homem piedoso que confiou a sua vida a Deus, descobre-O de outra maneira: a desgraça cai sobre ele. Bandos de ladrões roubam-lhe os seus rebanhos e matam os pastores. Os seus filhos, sete varões e três filhas, ficam sepultados sob as ruínas da sua casa, que desabara sobre eles. Ele próprio contrai lepra: o seu corpo cobre-se de chagas. Permanece sentado sobre um monte de cinzas e raspa-se com um caco de telha.

Não é possível que Deus envie tantas desgraças ao piedoso Job! A mulher e os amigos tentam convencê-lo a separar-se de Deus, visto que lhe paga tão mal o bem que Lhe faz. Mas Job está certo disto: se aceitamos de Deus o bem que Ele nos envia, não devemos aceitar também o mal?

Acreditar significa:
Confiar em Deus, saber que Ele existe para todos os homens, que Ele os conhece e os ama.
Estar certo de que Deus existe para mim, me conhece e me ama.
Amar a Deus com todo o meu coração, com todas as minhas forças e com todas as minhas capacidades.
Dizer sim a Deus, escutar a sua palavra, fazer a sua vontade.

Numa cidade em ruínas, foi encontrada, na parede dum refúgio, a profissão de fé dum perseguido:

Creio no sol, mesmo quando ele não brilha.
Creio no amor, mesmo que não o sinta.
Creio em Deus, mesmo quando Ele Se cala.

Conhecimento de Deus: "As faculdades do homem tornam-no capaz de conhecer a existência de um Deus pessoal. Mas para que o homem possa entrar na sua intimidade, Deus quis revelar-Se ao homem e conceder-lhe a graça de poder acolher essa revelação na fé. Contudo, as provações sobre a existência de Deus podem dispor à fé e ajudar a ver que a fé não se opõe à razão humana" (Catecismo da Igreja Católica 35).

Bíblia - Antigo Testamento: Bíblia significa "livro". Designa-se assim o livro que reúne os escritos que a Igreja reconhece como "Sagrada Escritura". A primeira parte, a mais extensa, o Antigo Testamento, contém os livros nos quais o povo de Israel testemunha as grandes obras de Deus e da sua própria história. Contém três partes distintas: A Lei (Pentateuco = os cinco livros de Moisés), os Livros Proféticos, e os "Escritos" (históricos, poéticos e sapienciais). Os escritos do Antigo Testamento foram redigidos durante o milénio que precedeu o nascimento de Jesus. A segunda parte da Bíblia, mais pequena, constitui o "Novo Testamento" (cf. 3.4).

Aliança: A palavra significa o pacto que Deus fez com Noé, com Abraão, e com todo o povo no Monte Sinai. A aliança é para Israel o penhor da eleição. "Eu serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo". Os "Dez Mandamentos" constituem as regras da aliança. Todos os anos, Israel celebra a festa da aliança.
Dado que o Deus fiel concluiu esta aliança, os homens podem confiar n'Ele. Mesmo no meio das maiores adversidades, os homens piedosos não perdem a esperança. Aguardam uma nova aliança que Deus oferecerá ao seu povo. A Igreja proclama Jesus como Messias, Cristo, através do qual Deus realiza essa esperança.

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