Jorge Jesus é o 18º técnico campeão pelo Benfica, mas apenas o quarto português. Cardozo acaba como melhor marcador do campeonato.
Depois de Fernando Cabrita, Mário Wilson e Toni, o Benfica, que ontem assegurou a conquista do 32º campeonato nacional, tem em Jorge Jesus o quarto treinador português a chegar ao título e 18º treinador do seu historial (63 técnicos) a consegui-lo. É a concretização de uma convicção manifestada logo na cerimónia de apresentação, a 17 de Junho do ano passado, quando Jesus, entre Luís Filipe Vieira e Rui Costa, foi taxativo: "Não vim por questões económicas. Quero fazer parte da história do clube e conquistar títulos aqui. Vim com a certeza e convicção de que vou ser campeão nesta casa." E ainda pormenorizou: "Só três portugueses ganharam o título e apenas 17 treinadores foram campeões. Eu vou ser o 18º", afirmou na altura perante os sorrisos dos dirigentes. Prometeu que a equipa iria jogar o dobro e só pecou por defeito, pois a qualidade de jogo, muitas vezes traduzida em goleadas, esteve muito acima desse limite. E, também por isso, depressa recebeu apoio massivo dos adeptos - mais de um milhão de espectadores em jogos na Luz -, mesmo que a época começasse com um empate (1-1) ante o Marítimo.
Depois da saída de Quique Flores, os responsáveis benfiquistas agiram para contratar Jesus por duas temporadas e outra de opção, mas não pararam por aí. Dando sequência ao investimento das últimas épocas cuidaram de reforçar o plantel com jogadores de elevada capacidade e cuja importância se revelou decisiva para o sucesso no campeonato e, antes, na Taça da Liga.
Por outro lado, o êxito do Benfica passou pela explosão goleadora de Cardozo, cujo duelo com Falcão pelo título de melhor marcador (algo que um benfiquista não conseguia desde 90/91, quando Rui Águas se impôs, uma vez que Simão terminou em igualdade com Fary na época de 2002/03, mas foi o aveirense a vencer por ter menos jogos) serviu como aliciante paralelo; pela coesão defensiva (laterais ofensivos, centrais seguros com relevo para a afirmação de classe de David Luiz) e pela força desequilibradora do meio-campo para diante.
De Saviola aos túneis...
Em ano de Mundial, Di María teve rendimento excepcional, Aimar espalhou imaginação e passes notáveis, os recém-chegados Javi García, Saviola e Ramires simplificaram os processos defensivos e atacantes. Mas também não faltaram polémicas - desde a confusão no túnel de Braga até à que, no clássico da Luz com o FC Porto, resultou no afastamento de Hulk (e Sapunaru) durante meses. Reduzido o castigo pelo Conselho de Justiça, os portistas queixaram-se. Em campo, porém, o Benfica foi superior.
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