Bento XVI evocou o Papa João Paulo II à chegada à Capelinha das Aparições, em Fátima. Depois, entregou uma "Rosa de Ouro” a Nossa Senhora de Fátima. O Santo Padre explicou que a Rosa de Ouro é um símbolo “de homenagem de gratidão do Papa”.
"Estou certo de que os pastorinhos de Fátima, os beatos Francisco e Jacinta e a serva de Deus Lúcia de Jesus nos acompanham nesta hora de prece e de júbilo", disse hoje.
Na primeira oração em Fátima, Bento XVI lembrou que João Paulo II trouxe para o santuário a bala "que o feriu gravemente" e foi encastoada na coroa da imagem de Nossa Senhora. "É profundamente consolador saber que estais coroada, não só com a prata e o oiro das nossas alegrias e esperanças, mas também com a bala das nossas preocupações e sofrimentos", disse Bento XVI dirigindo-se à imagem de Nossa Senhora de Fátima.
O Papa foi recebido por milhares de fiéis, incluindo muitos jovens, que saudaram Bento XVI à chegada e depois da oração.
Bento XVI vai ser o primeiro Papa a entregar pessoalmente uma rosa de ouro ao Santuário de Fátima, sinal de devoção especial a este local de culto católico. De acordo com a agência de notícias da Igreja Católica em Portugal, Ecclesia, a entrega da rosa de ouro vai acontecer no primeiro momento do programa do Papa em Fátima, na Capelinha das Aparições, que está agendado para quarta-feira.
Junto da imagem de Nossa Senhora de Fátima, Bento XVI dirá que a rosa de ouro é "uma homenagem de gratidão" pelas "maravilhas que o Omnipotente tem realizado por Vós no coração de tantos que peregrinam", afirma a Ecclesia, citando a página do Vaticano. A rosa de ouro é "um dom simbólico que os papas entregam como reconhecimento de méritos pessoais ou como sinal de devoção particular a igrejas, santuários ou mesmo cidades".
O Santuário de Fátima recebeu a primeira rosa de ouro das mãos do cardeal Fernando Cento, enviado de Paulo VI, em 15 de Maio de 1965. Em Portugal, um outro santuário recebeu a mesma distinção do cardeal Eugénio Sales, enviado de João Paulo II, em 8 de Dezembro de 2003: o de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga, por ocasião do centenário da coroação da imagem de Nossa Senhora.
Um terço dos visitantes do Santuário de Fátima são católicos não praticantes, refere um estudo sobre o perfil do visitante de Fátima, da investigadora Graça Poças dos Santos. Uma parte substancial (28,9%) dos que afluem a Fátima não se consideram a si próprios católicos praticantes", refere o trabalho desenvolvido em 2008 para o Turismo de Leiria/Fátima no âmbito do projecto Coesima - Cooperação Europeia dos Locais Maiores de Acolhimento.
A investigadora define que o visitante é mulher e tem 50 anos, além de ser casada e residir em Portugal. Ao mesmo tempo, é católica praticante e desloca-se a Fátima para rezar, cumprir promessas e por tradição.
Os peregrinos e visitantes que decidiram acompanhar a visita do Papa da próxima semana vão poder tirar partido das ruas desinfectadas e com aroma a limão, uma operação que foi anunciada pela Câmara Municipal de Ourém. E caso necessitem de apoio, os peregrinos vão poder contar com uma vasta rede de voluntários, entre os quais 220 servitas. Esta associação, com 480 elementos, foi o primeiro grupo de voluntários a dar apoio aos peregrinos de Fátima, remontando a 1917 e aos acontecimentos da Cova da Iria.
O que é a Rosa de Ouro?
Todos os anos, no quarto Domingo da Quaresma, precisamente o dia em que a cor litúrgica é rosa, o Papa benze uma série de Rosas de Ouro. Estas serão depois entregues a instituições, santuários, governos ou individualidades como sinal de afecto, de amizade e de reconhecimento.
A Igreja com mais rosas no seu historial é a de São Pedro, com cinco. A Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, também já recebeu uma rosa de ouro.
D. Manuel I recebeu duas rosas, uma oferecida pelo Papa Julio II e outra por Leão X. Também as rainhas portuguesas D. Maria II, D. Maria Pia de Saboia, consorte de D. Luís, e D. Amélia receberam estes ornamentos das mãos dos papas do seu tempo.
A rosa hoje apresentada ao Santuário de Fátima é a segunda da sua história, uma vez que em 1964, no encerramento do Segundo Concílio Vaticano, o Papa Paulo VI prometeu entregar este artefacto ao Santuário, com uma inscrição na qual afirmava que confiava toda a Igreja ao cuidado de Nossa Senhora de Fátima. Esta promessa foi cumprida em 1965.
A oferta de rosas de ouro tornou-se progressivamente mais rara durante a segunda metade do século XX. Durante todo o seu pontificado, Paulo VI apenas concedeu esta honra por cinco vezes, e João Paulo II apenas cinco, incluindo ao Santuário de Nossa Senhora do Sameiro, em Braga. Bento XVI tem sido bastante mais generoso, a rosa de hoje foi a oitava oferecida desde a sua eleição em 2005.
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