sexta-feira, 8 de abril de 2011

O QUE É A VERDADE? (REEDIÇÃO)

Decidi reeditar este texto sobre "A Verdade", porque considero que cada vez mais está esquecida, sendo banalizada e tratada como se fosse um mero produto excedentário numas prateleiras empoeiradas de um supermercado de esquina.
O que é a verdade?

Contam as lendas que a verdade foi enviada ao mundo em forma de um gigantesco espelho. E quando o espelho estava chegando sobre a face da terra, partiu-se em inumeráveis pedaços que se espalharam por todos os lados. As pessoas sabiam que a verdade era o espelho, mas não sabiam que ele se tinha partido, e por essa razão, as que encontravam um dos pedaços, acreditavam que tinham nas mãos a verdade absoluta, quando na realidade possuíam apenas uma pequena parte. E quem deterá a verdade absoluta? Ninguém possui a verdade absoluta. Assim é que os inventores, os cientistas, os investigadores, vão descobrindo a cada século novas verdades que se acumulam e fomentam o progresso da humanidade. É como se fossem juntando os pedaços do grande espelho e conseguissem abranger uma parcela maior, e assim, a verdade é conquistada graças aos esforços dos homens e não por uma revelação bombástica sem proveito para quem a recebe. Depois que a verdade é descoberta, ninguém pode encarcerá-la, nem guardá-la só para si. Quem experimenta o sabor da verdade, não mais permanece o mesmo. Toda uma evolução nele se opera e uma transformação radical e libertadora é inevitável. Por vezes a nossa cegueira não nos deixa vê-la, mas ela está em toda a parte, latente, dentro e fora do mundo, e é muitas vezes confundida com a ilusão. Retida na consciência humana, é a princípio, uma faísca que as forças do auto-conhecimento e do auto-aperfeiçoamento transformarão numa estrela fulgurante.

A verdade emancipa a alma e completa-a. Infinita, vitaliza o microcosmo e expande-se nas galáxias, vibra na molécula, agiganta-se no espaço ilimitado, encontrando-se ao alcance de todos, existindo desde todos os tempos e que sobreviverá ao fim das eras, e para penetrá-la faz-se necessário diluir-se em amor como os grãos de açúcar num cálice de água em movimento. A verdade é a luz que se expande. Aquece sem queimar e vivifica sem produzir cansaço. A meditação facilita-lhe o contacto, a oração aproxima o homem da sua matriz e a caridade propicia a vivência com ela. A humildade abre a porta para que entre no coração do homem e a fé facilita-lhe a hospedagem nos sentimentos.

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