Toda a gente fala da desgraça, toda a gente já a sentiu e julga conhecer-lhe o carácter múltiplo.
No entanto, quase todos nos enganamos. A desgraça real não é, absolutamente, o que pensamos, isto é, o que os desgraçados a supõem.
Para nós a desgraça está na miséria, no fogão sem lume, no credor que ameaça, no berço do qual o anjo sorridente desapareceu, nas lágrimas, no funeral que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado, na angústia da traição, no despir do orgulho que se desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a nudez sob os andaimes da vaidade.
A tudo isto e a muitas coisas se dá o nome de desgraça, na linguagem humana.
Sim, é desgraça para os que só vêem o presente. A verdadeira desgraça, porém, está na consequência de um facto, mais do que no próprio facto.
Pensemos, se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta consequências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que, a princípio, causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem.
Vejamos se a tempestade que arranca as árvores, mas que saneia o ar, dissipando os meandros focados que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.
Para julgarmos qualquer coisa, precisamos ver-lhe as consequências. Assim, para bem apreciarmos o que, na realidade, é bom ou mau para o ser humano, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as consequências se fazem sentir.
Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.
Podemos pensar na infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolhemos e desejamos com as nossas almas iludidas.
A infelicidade pode estar na alegria, no prazer, no tumulto, na vã agitação, na satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a acção do pensamento, que atordoam o ser humano com relação ao seu futuro.
A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procuramos conseguir.
Superando com coragem os obstáculos do caminho, estaremos agindo como bravos soldados, que longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que não lhes pode dar glória, nem promoção.
Que importa ao soldado perder, na refrega, armas, bagagens e uniforme, desde que saia vencedor e com glória?
No entanto, quase todos nos enganamos. A desgraça real não é, absolutamente, o que pensamos, isto é, o que os desgraçados a supõem.
Para nós a desgraça está na miséria, no fogão sem lume, no credor que ameaça, no berço do qual o anjo sorridente desapareceu, nas lágrimas, no funeral que se acompanha de cabeça descoberta e com o coração despedaçado, na angústia da traição, no despir do orgulho que se desejara envolver-se em púrpura e mal oculta a nudez sob os andaimes da vaidade.
A tudo isto e a muitas coisas se dá o nome de desgraça, na linguagem humana.
Sim, é desgraça para os que só vêem o presente. A verdadeira desgraça, porém, está na consequência de um facto, mais do que no próprio facto.
Pensemos, se um acontecimento, considerado ditoso na ocasião, mas que acarreta consequências funestas, não é, realmente, mais desgraçado do que outro que, a princípio, causa viva contrariedade e acaba produzindo o bem.
Vejamos se a tempestade que arranca as árvores, mas que saneia o ar, dissipando os meandros focados que causariam a morte, não é antes uma felicidade do que uma infelicidade.
Para julgarmos qualquer coisa, precisamos ver-lhe as consequências. Assim, para bem apreciarmos o que, na realidade, é bom ou mau para o ser humano, precisamos transportar-nos para além desta vida, porque é lá que as consequências se fazem sentir.
Ora, tudo o que se chama infelicidade, segundo as acanhadas vistas humanas, cessa com a vida corporal e encontra a sua compensação na vida futura.
Podemos pensar na infelicidade sob uma nova forma, sob a forma bela e florida que acolhemos e desejamos com as nossas almas iludidas.
A infelicidade pode estar na alegria, no prazer, no tumulto, na vã agitação, na satisfação louca da vaidade, que fazem calar a consciência, que comprimem a acção do pensamento, que atordoam o ser humano com relação ao seu futuro.
A infelicidade é o ópio do esquecimento que ardentemente procuramos conseguir.
Superando com coragem os obstáculos do caminho, estaremos agindo como bravos soldados, que longe de fugirem ao perigo, preferem as lutas dos combates arriscados à paz que não lhes pode dar glória, nem promoção.
Que importa ao soldado perder, na refrega, armas, bagagens e uniforme, desde que saia vencedor e com glória?
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