quarta-feira, 3 de junho de 2009

VERDADE NUA E CRUA

Uma das mais belas qualidades humanas é a lealdade.
Quanta grandeza em saber reconhecer um benefício com gestos de fidelidade.
Mas não é isso o que vemos diariamente na nossa vida, muito pelo contrário. O mais frequente é encontrarmos por toda a parte o desamor como pagamento àqueles que estendem a mão em auxílio do próximo.
Quantas vezes vemos amizades e famílias desfeitas, boas lembranças esquecidas, e tudo isto em nome da deslealdade, que nada mais é do que uma forma de ingratidão.
Assim, vale a pena reflectirmos sobre a natureza do que é desleal. Quem agiria assim? Quem seria capaz de pagar um benefício com uma traição? E por que razão faria isso?
Desleal, costuma ser a maior parte das pessoas nalgum momento da vida, e dificílimo é encontrar alguém que age sempre correctamente, que pauta os seus actos pela extrema correcção em todas as ocasiões.
Por outro lado, as razões que levam à deslealdade são sempre baseadas no egoísmo. O egoísta não se preocupa com o bem-estar do outro. Para ele, os seus interesses vêm em primeiro lugar.
Por isso, o egoísta não se envergonha em atraiçoar aquele que lhe estendeu uma mão amiga, e movido por interesses financeiros, por orgulho ou por vaidade, não hesita em atraiçoar pelas costas quem muito lhe fez.
E o que é alvo de um gesto de deslealdade. O que deve fazer?
Antes de tudo, cabe-nos nunca julgarmos. O desleal é alguém doente, não um doente do corpo, mas um doente da alma, a quem nos cabe perdoar, se ele quiser e tiver vontade em não repetir nunca mais as suas atitudes.
Perdoar? Sim, perdoar. Costumamos afastar do nosso dia-a-dia a prática do perdão, mas não devemos ser otários para servir anormais e déspotas, pessoas hipócritas e despidas de valores.
Falamos tanto em perdão e devemos enaltecer o seu valor na hora da decisão, mas a paciência e o perdão tem limites.
Mas, basta que alguém nos magoe, para imediatamente esquecermos tudo o que costumamos falar sobre a necessidade de perdoar o próximo. É uma conveniência, mas se ao fim de muitas tentativas e chamadas de atenção e alertas, quem errar não se emendar, nada mais restará do que o abandonar dessa pobre criatura, que assim cavou a sua própria sepultura.
Da nossa parte, devemo-nos preocupar única e exclusivamente com a nossa consciência, e se estivermos em paz, seremos eternamente felizes ao lado de quem nos ama e cuida de nós, porque devemos fazer o bem simplesmente, sem esperar recompensa, sem aguardar retribuição.

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