segunda-feira, 19 de maio de 2008

CANCRO DA PRÓSTATA


É o tipo de tumor mais comum nos homens, afectando uma boa parte dos indivíduos do sexo masculino com mais de 50 anos. Apesar de ser letal, pode ser controlado, desde que devidamente tratado.
No Mundo Ocidental, está calculado que o risco de os homens terem, durante a sua vida, um carcinoma microscópico da próstata é de mais de 40%. E o risco de morrerem devido ao tumor é de cerca de 3%.
A próstata é uma glândula com o tamanho aproximado de uma castanha. Envolve a parte superior da uretra, que é um órgão tubular que transporta a urina da bexiga para o exterior e produz parte do sémen no qual são transportados os espermatozóides. Um órgão fundamental, portanto.
Tal como todos os órgãos considerados «fundamentais», a próstata também pode ser afectada por problemas passíveis de colocar em risco as suas funções. À medida que os homens envelhecem, algumas das células da próstata podem transformar-se e causar o aparecimento de hipertrofia benigna ou de carcinoma.
Muitas vezes o cancro da próstata não apresenta sintomas, nomeadamente a nível urinário. Localiza-se geralmente na parte periférica da próstata e, por isso, não comprime a uretra.
O facto de frequentemente ser assintomático é um dos principais problemas que este tipo de tumor coloca. Nestes casos a descoberta é ocasional, durante exames de rotina.
Tal como em todas as doenças neoplásicas, também no cancro da próstata o diagnóstico precoce é muito importante. Quanto mais cedo se detectar a sua existência, maior probabilidade tem o doente de se curar.
Embora, por vezes, seja difícil de fazer, na verdade, o diagnóstico precoce constitui-se como peça fundamental do controlo do doença. O grande problema é, de facto, efectuá-lo.

COMO SE DESCOBRE UM CANCRO DA PRÓSTATA
A avaliação médica da existência de um cancro da próstata inclui várias práticas. A história clínica é fundamental. O médico deverá interrogar o doente acerca de quaisquer alterações do aparelho urinário. Neste procedimento, é também importante para o especialista descobrir se alguém na família do paciente já teve um carcinoma da próstata.
A avaliação médica inclui ainda, obrigatoriamente, um toque rectal, em que o médico introduz o dedo no recto para palpar a próstata directamente. Trata-se de um componente fundamental do exame físico, porque, só por si, pode detectar um tumor na próstata.
Os exames laboratoriais são também importantes no diagnóstico de um tumor deste tipo. Estes incluem o doseamento do PSA (antigénio prostático específico). A ecografia é também fundamental. Neste exame, uma sonda com a grossura de um dedo é inserida no recto, emitindo ultra-sons que, por sua vez, produzem imagens da próstata que podem ser registadas em película ou papel. No caso de ser necessária uma biópsia, o médico procede à colheita de amostras de tecido das áreas suspeitas com uma agulha especial, conduzida, de preferência, pela sonda ecográfica.
Se for detectado um carcinoma, as células do tumor serão analisadas para determinar o seu grau de agressividade. Algumas são pouco agressivas e têm um crescimento muito lento.
O médico terá de mandar fazer ainda mais exames, no sentido de obter mais informações sobre o tumor, para escolher o tratamento mais adequado. Estes podem incluir, por exemplo, uma cintigrafia óssea, que, por via endovenosa, consiste em injectar um isótopo que se fixará nos ossos, permitindo saber se há ou não metástases. O médico poderá assim determinar se o tumor se disseminou.

VÁRIOS TUMORES, VÁRIOS TRATAMENTOS
Tal como não existe somente um tipo de tumor, não há apenas um tratamento.
O tratamento escolhido depende das características do carcinoma e do seu estádio de desenvolvimento.
Os tumores muito agressivos fogem, frequentemente, ao controlo terapêutico. Os pouco agressivos podem viver muitos anos com o doente sem que lhe causem graves prejuízos e, mais importante, sem que lhe provoquem a morte. Pode inclusivamente dar-se o caso de o tumor ter um crescimento tão lento que dispense tratamento, o que, no entanto, constitui urna excepção.
As modalidades de tratamento são múltiplas.
A prostatectomia radical, vulgarmente conhecida por cirurgia radical, tal como o próprio nome indica, tem intenção curativa. É a melhor opção, desde que o tumor esteja confinado ao órgão e se possa retirar na sua totalidade. Nesta cirurgia, os maiores problemas são o facto de causar impotência em praticamente todos os doentes e incontinência em 4 a 5% dos casos. A impotência poderá ser tratada pelo andrologista. Esta técnica tem indicação apenas nos doentes com tumor localizado e esperança de vida superior a 10 anos. Nos homens mais velhos, a fazer terapêutica hormonal, se o tumor estiver a obstruir a uretra, o tecido prostático responsável pela situação deverá ser removido por cirurgia endoscópica com uma técnica semelhante à utilizada na hipertrofia benigna da próstata, a ressecção endoscópica.
Efectuada sem incisão na parede do abdómen, esta cirurgia é feita através da introdução de um endoscópio especial, um ressector, através da uretra, permitindo ao médico remover o tecido doente com uma fina ansa que corta e coagula, pela passagem de uma corrente eléctrica de alta frequência.
Se o tumor se encontra em progressão ou disseminação, a melhor opção é a terapêutica hormonal, usada para diminuir os níveis de hormonas masculinas e assim diminuir o crescimento das células cancerosas.
A radioterapia é outra forma de tratamento de tumores que estão limitados à próstata. A irradiação é administrada ao longo de um período de algumas semanas. Pode ser feito isoladamente ou ser complementar da cirurgia radical.
Durante o tratamento, é importante que o paciente consulte o seu urologista para vigiar o seu estado de saúde e a resposta do carcinoma ao tratamento. Se o fizer, é bem possível que o indivíduo afectado tenha uma boa qualidade vida.

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