segunda-feira, 19 de maio de 2008

ENXAQUECA: UMA DOENÇA INCAPACITANTE


ENXAQUECA
É uma dor hemicraniana (de um lado da cabeça), moderada a grave, pulsátil, pode ter uma duração de várias horas, até dois dias, e agrava com a actividade física. À medida que a intensidade aumenta, podem surgir náuseas e vómitos, aversão ao barulho (fonofobia), à luz (fotofobia) e, por vezes, a certos cheiros (osmofobia).
A enxaqueca pode ser precedida por sintomas ou sinais neurológicos (20% dos casos): aura visual (distúrbios da visão, «flashes» luminosos e pontos negros), aura «somestésica» (anomalias da percepção das sensações) e mais raramente défice motor (paralisia ou fraqueza de um dos lados do corpo) ou dificuldade da locução (afasia).
A dor é, por vezes, tão insuportável que se procura um quarto escuro e silencioso.
É a enxaqueca, uma patologia neurológica com custos sociais preocupantes e que priva os indivíduos das suas faculdades durante as crises. A proporção da sua prevalência é de 2 mulheres para 1 homem.
A enxaqueca é entendida como uma patologia incapacitante e assume muitas variedades. O início das crises projecta-se, por vezes, na primeira infância. Os adolescentes são igualmente atingidos, mas com sintomas ligeiros e de curta duração, quando comparados aos adultos.
O tempo de duração das crises é variável.
Chegam a durar entre 4 a 72 horas e a frequência com que surgem situa-se, em média, entre duas a seis crises de enxaqueca por mês. Se estes limites forem ultrapassados, poderá não ser enxaqueca ou então estará associada a uma outra patologia, por identificar.
Os custos sociais da elevada prevalência e frequência de crises de enxaqueca, obriga a perdas de dias de trabalho e leva à diminuição das capacidades do indivíduo em mais de 50%, durante as crises.
Olhando para as formas mais comuns, temos a enxaqueca sem aura, que afecta 60% da população com enxaqueca. Por outro lado, a enxaqueca com aura atinge uma franja de 10 a 20% dos doentes com enxaqueca. Neste caso, considera-se as auras visuais, que se caracterizam pela visualização de luzes, de cores diferentes, formas em espiral, linhas em paliçada, a cor ou a preto e branco, que se alternam em flashes.
Noutras manifestações da aura, próprias da enxaqueca, podem surgir formigueiros, falta de força na totalidade ou numa metade do corpo. As perturbações da fala ou as alucinações constituem sinais mais raros. A enxaqueca surge em indivíduos geneticamente predispostos, com uma vasta história desta doença na família. Mas também existem factores exógenos que a desencadeiam.
As perturbações do sono, o stress, determinados alimentos que ingerimos, como o queijo, o chocolate e citrinos são factores exteriores ao indivíduo que conduzem a um quadro de enxaqueca. Esta doença neurológica é crónica e tem uma expressão clínica que se revela de forma intermitente, ou seja, vai e volta. Esta doença provoca incapacidade nos indivíduos que dela sofrem, seja nos estudos, no trabalho doméstico ou no desempenho profissional.
A enxaqueca não tem sido tratada da maneira mais correcta, isto é, logo ao primeiro tratamento. Por vezes, os tratamentos demonstram uma eficácia reduzida, o que leva a um efeito perverso: os doentes não voltam ao consultório do médico.

TRAVAR A DOR:
O tratamento é elaborado caso a caso. Mas, de uma forma geral, eis as orientações terapêuticas para casos de enxaqueca moderada ou grave: Utilização de fármacos mais potentes, como os triptanos, que apresentam um bom grau de eficácia.

TRATAMENTO PREVENTIVO:
Quando as crises são muito frequentes e severas o suficiente para causar incapacidade na pessoa, a recomendação aponta para a toma diária de comprimidos durante um período de dois a seis meses.

SEM COMPRIMIDOS À MÃO:
Aconselha-se o repouso, o silêncio, a escuridão e o sono, porque dormir ajuda a que a crise passe. Mas a medicação é insubstituível.

OS SINTOMAS DA ENXAQUECA:
•Dores intensas e latejantes em metade ou na totalidade da cabeça;
•Agrava-se com o esforço;
•Alivia com o repouso e o sono;
•Causa osmofobia (intolerância ao cheiro), fonofobia (intolerância ao barulho) e fotofobia (intolerância a luz);
•Náuseas e vómitos; nas crianças pequenas este é um dado que ajuda a identificar a doença, bem como as explicações que elas dão sobre o que sentem.

FACTORES PRECIPITANTES Para que a crise de enxaqueca ocorra, verifica-se a actuação de factores externos e internos.

FACTORES EXTERNOS:
•Alterações térmicas: bruscas variações de temperatura, calor ou frio excessivo, bebidas geladas;
•Ruído intenso, luz intermitente, cheiros muito activos de certas plantas ou perfumes;
•Traumatismos cranianos mínimos;
•Dores localizadas (dentárias, otorrino-laringológicas, oculares);
•Esforços físicos (desporto, actividade profissional ou sexual);
•Jejum ou inanição prolongados;
•Ingestão de alimentos gordos, chocolates, ovos, lacticínios,(leite gordo e certos queijos), mariscos, álcool, alimentos fumados ou conservas, certos frutos (citrinos e oleaginosas), café.

FACTORES INTERNOS:
•Alterações hormonais (início do período menstrual, ovulação);
•Alterações do sono (sono prolongado, alterações do ritmo circadiano);
•Hipoglicemia (jejum prolongado);
•Fadiga intensa;
•Stress prolongado.

É de referir uma situação curiosa: a enxaqueca de fim-de-semana, em que vários factores se podem associar: alterações do sono, jejum prolongado, aumento ou diminuição do stress, privação da cafeína.

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