segunda-feira, 19 de maio de 2008
O ÁLCOOL
Antes de beber pense no que vai fazer. O consumo de álcool está ligado a várias doenças: hipertensão arterial, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, cardiomiopatia alcoólica, doenças mentais, cancro da oro-faringe do esófago ou do estômago, úlcera gástrica ou duodenal, cirrose do fígado, etc., etc., etc.. Por outro lado tem consequências negativas a nível social, de que destacamos a violência e os fogos, domésticos ou outros; problemas familiares, acidentes no trabalho, na rua ou na estrada e doenças do feto, em que não só o bebedor sofre as consequências do seu abuso, mas também os filhos, outros familiares, os amigos, os vizinhos ou até pessoas que lhe são totalmente estranhas.
Quando se consome uma bebida alcoólica, o álcool que esta contém passa em pouco tempo para o sangue: 5 a 15 minutos se ingerido fora da refeição, 30 a 60 minutos se a passagem é retardada pela presença de alimentos, isto é durante a refeição. Através da boca e do esófago, o álcool chega ao estômago e intestino onde é absorvido, absorção essa que é tanto mais rápida quanto mais concentrada é a bebida em termos de conteúdo alcoólico. É transportado pelo sangue até ao fígado, onde inicia a sua lenta degradação. É sangue com álcool que prossegue na circulação atingindo o coração, os pulmões, cérebro, rins, membros superiores e inferiores, bem como todas as restantes partes do corpo.
Embora dependendo da idade, sexo, e muitas outras coisas o consumo de álcool tem de ser acompanhado de muita prudência e de algumas regras. Eis pois alguns conselhos que podem ajudar a tomar uma decisão.
1. Saiba que a taxa de alcoolémia é a quantidade de álcool existente no sangue e no corpo de um indivíduo em determinado momento e expressa-se em gramas de álcool por litro de sangue. Assim quando se fala de uma alcoolémia de 0,5 g/l é o mesmo que dizer que existem 0,5 g de álcool por litro de sangue. Esta taxa é muito facilmente atingida por exemplo após a ingestão de dois copos de vinho ou ½ litro de cerveja, em média. A presença de álcool no sangue é a indicação de que o álcool se espalhou em todo o corpo, e particularmente nos órgãos mais abundantemente irrigados como o fígado e o cérebro. Saiba também que a alimentação do álcool absorvido é um processo lento, e não existem maneiras de acelerar essa eliminação. Por isso é que todo o cuidado é pouco!
2. Sempre que beber não conduza. Recordo que se estiver envolvido num acidente, nestas condições, os seguros ficam libertos de toda e qualquer responsabilidade, e é quem tem álcool no sangue quem paga tudo. As bebidas alcoólicas, mesmo tomadas só ocasionalmente e em pequena dose, são responsáveis por grande número de acidentes de viação. Provocam modificações nos nervos e músculos, que diminuem a sensibilidade, diminuição da visão, dificuldade na compreensão das distâncias e alterações do campo visual. Como vê tanta coisa. Na maior parte dos casos não se dá por elas senão quando já é tarde demais.
Nunca nos devemos esquecer que o consumo de bebidas alcoólicas aumenta em muito os riscos de acidentes.
3. Numerosos acidentes de trabalho estão também relacionados com o consumo de álcool. Mas as consequências do consumo de álcool no trabalho não ficam por aqui. Aumento do absentismo, diminuição da produtividade, há por exemplo no alcoólico crónico uma diminuição quantitativa da produtividade, e também qualitativa, instabilidade laboral, agressividade e conflitos laborais, envelhecimento, reforma e morte prematuros.
4. Se estiver grávida ou a amamentar não deve beber bebidas alcoólicas. O álcool atravessa facilmente a placenta e circula da mãe para a criança.
Conforme a quantidade de álcool ingerido, as consequências podem ser diversas: abortos espontâneos, nascimento da criança morta, parto prematuro, malformações podendo constituir o síndroma alcoólico fetal. O síndroma fetal alcoólico, provocado pelo álcool a que a mãe sujeita o feto durante a gravidez, reflecte-se em malformações do crânio e da face da criança, dos membros, do coração, dos rins, etc., e deficiente crescimento em termos de peso e estatura. É muito mais frequente do que à partida se pode pensar.
Se desejamos um filho com saúde é absolutamente indispensável que se beba bebidas alcoólicas durante a gravidez. Mesmo em doses moderadas o risco de anomalias fetais é grande.
5. O leite materno é sem dúvida o melhor alimento para o bebé por isso, enquanto amamentar, não se deve beber bebidas alcoólicas. O álcool difunde-se muito bem nos líquidos orgânicos ricos em água, pelo que se mistura com enorme facilidade no leite materno, sendo a sua concentração igual à que existe no sangue.
Não nos devemos esquecer, para nosso bem e do nosso filho, de que enquanto se estiver a amamentar devemos prefirir bebidas saudáveis como a água, o leite e sumos naturais.
6. Crianças e adolescentes antes dos 17 anos não conseguem queimar o álcool que ingerem. A mais pequena quantidade de álcool é suficiente para prejudicar o funcionamento das capacidades em pleno desenvolvimento, quer em crianças quer em jovens, como por exemplo a inteligência, a memória, o raciocínio, a atenção. Da mesma forma os seus órgãos e estruturas do sistema nervoso central muito mais sensíveis ao álcool nesta fase da vida.
7. Pais e professores têm um papel a cumprir em tudo isto. Elucidar os filhos sobre os perigos que advêm do consumo de álcool e evitar beber como modo social de estar, ou estilo de vida, sobretudo em frente das crianças, porque elas muitas vezes adquirem em jovens os estilos de vida que lhes mostraram durante a infância.
E nunca nos devemos esquecer que o álcool não aquece, não mata a sede, não dá força, não ajuda a digestão, não abre o apetite, não é um medicamento.
Se está a tomar algum medicamento sedativo, calmante hipnótico, ou psicotrópico, evite o consumo de bebidas alcoólicas. O álcool, mesmo em pequenas quantidades, aumenta o efeito deste tipo de medicamentos, aumentando assim o perigo de acidentes de trabalho, de tráfego, e outros.
8. As ingestões habituais excessivas, de bebidas alcoólicas, muitas vezes em pequenas doses mas repetidas ao longo do dia, vão mantendo uma alcoolização permanente do organismo e uma situação de intoxicação alcoólica crónica, doença alcoólica ou alcoolismo crónico. Desta forma existe um efeito contínuo sobre todos os órgãos do corpo, que provoca graves alterações, como por exemplo gastrite, úlceras, falta de apetite, vómitos, cirrose do fígado, sintomas neuro-musculares (formigueiros, adormecimento dos dedos, cãibras, dores e cansaço muscular, tremor das mãos), doenças cardiovasculares e do aparelho respiratório, e também alterações mentais e psicológicas como sejam dificuldade de raciocínio, perda de memória, irritabilidade, depressão, delírio alcoólico, etc. Não podemos chegar a este ponto e devemos moderar o nosso consumo de álcool, ou até mesmo evitar.
9. Se bebermos em demasia, devemos procurar o apoio de amigos e familiares e pedir ajuda ao nosso médico: ele nos ajudará. Às vezes, quase sempre, é difícil reconhecer que se é um alcoólico, todavia um primeiro passo para o tratamento é o reconhecimento de que bebe em demasia. Decerto que quem bebe em demasia ou lhe é difícil reconhecer que é alcoólico, já deu por alguns sinais à sua volta, tais como, conflitos em casa, no trabalho ou com amigos, falta de memória, dificuldade em concentrar-se, vontade de beber logo pela manhã, etc., etc..
10. Todos estes conselhos não excluem que indivíduos adultos, saudáveis, possam dizer sim às bebidas alcoólicas, desde que em doses moderadas. Um adulto não deve ultrapassar ¼ de litro de vinho ou duas cervejas repartidas pelas 2 principais refeições, e não deve beber entre as refeições ou em jejum. A ingestão de bebidas destiladas (aguardente, bagaço, vodka, whisky, etc) deve ser uma situação excepcional.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário