quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

DESABAFO PROFÉTICO

A nossa mente é como uma casa. Pode ser grandiosa ou pequenina, suja ou cuidadosamente limpa, dependendo de nós.
Tu já observaste como ages em relação aos pensamentos que cultivas?
Em geral, não temos com a mente o cuidado que costumamos dispensar aos ambientes em que vivemos ou trabalhamos.
Quem pensaria em deixar a sua casa ou escritório cheio desarrumado e com lixo? Certamente ninguém.
No entanto, com a nossa casa mental somos menos atenciosos. É que permitimos que pensamentos infelizes e maus sentimentos encontrem morada no nosso coração. E como fazemos isso?
Agimos assim, quando permitimos que tenham livre acesso às nossas mentes os pensamentos de revolta, inveja, ciúme, ódio, ou quando cultivamos desejo de vingança, rancor e infelicidade. Nesses momentos, é como se enchêssemos de lixo a mente e uma pesada camada de pó cobrisse a alegria, impedindo que estejamos em paz. Além da angústia que traz, a mente atormentada influencia directamente o corpo, acarretando doenças e sofrimentos desnecessários, o
que contribui para o isolamento. O azedume das nossas palavras, o rosto contraído, tudo faz com que os outros desejem afastar-se de nós, agravando a nossa infelicidade. E o que fazer para impedir que isso aconteça?
A resposta que dou é que vigiemos, porque a vigilância é essencial para quem deseja a mente saudável.
A nossa tarefa é observar cada pensamento que se infiltra, analisar a natureza dos sentimentos que surgem, e principalmente, estar alerta para arrancar como erva daninha tudo o que nos possa prejudicar. Quando identificamos dentro de nós os feios sentimentos, as más palavras e os pensamentos desequilibrados, sempre podemos recorrer à meditação.
A meditação é um pedido de socorro que dirigimos a nós mesmos. Quando nos sentimos frágeis para combater os pensamentos infelizes, é hora de meditarmos. É tempo de falar à nossa mente sobre a fraqueza que carregamos ou a tristeza que nos abate. É o momento de pedir força moral.
Mas da nossa parte, é importante não haver acomodação. Como fazer isso? Contrapondo a cada mau pensamento os vários antídotos que temos à nossa disposição, como as boas atitudes, o sorriso, a alegria, as boas leituras.
Em vez da maledicência, a boa palavra, as conversas saudáveis.
No lugar da crítica ácida, optar pelo elogio ou pela observação construtiva.
Se surgir um pensamento infeliz, combatê-lo com firmeza.
Não te deixes escravizar. Se alguém te ofender ou fizer mal, procura perdoar, esquecer, e tenta dentro do possível ser útil a essa pessoa.
Nunca te esqueças de que todo o dia é uma excelente oportunidade para iniciar a limpeza da casa mental.

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