segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DESABAFO PROFÉTICO

Por vezes, erguemo-nos pela manhã envoltos em nuvens de tristeza. Se alguém nos perguntar a causa, com certeza não saberemos responder.
Naturalmente, atravessamos as nossas dificuldades. Não há quem não as tenha. É o filho que não vai bem na escola, o marido que vive a incerteza do desemprego, um leve transtorno de saúde, a solidão instalada dentro de nós, etc, etc, etc.
Nada, contudo, que seja motivo para a tristeza profunda que nos atinge.
Nesse dia tudo parece difícil. Saímos de casa e a entrevista marcada não se concretiza. A pessoa que marcou hora connosco cancelou por compromisso de última hora. E lá se vão as nossas esperanças de emprego, outra vez. O material que vimos anunciado com grande desconto já se esgotou nas prateleiras, antes da nossa chegada. A fila no banco está enorme, o cheque que fomos receber não tinha saldo suficiente.
É, nada dá certo mesmo. Dizemos que nem deveríamos ter saído de casa, nesse dia. Agora, à tristeza soma-se o desalento, o desencanto.
Consideramo-nos a última pessoa sobre a face da Terra. Infelizes, abandonados, sozinhos. Ninguém que nos ajude.
O que está errado, então? Com certeza, a nossa visão do que nos acontece.
Quando a tristeza nos invade no nascer do dia, provavelmente tivemos encontros espirituais, durante o sono físico, que para isso colaboraram.
Seja porque buscamos companhias não muito agradáveis ou porque não nos preparamos para dormir, com a oração. Seja porque reencontramos amores preciosos e os temos que deixar para retornar à nossa batalha diária, entristecendo-nos sobremaneira.
Ao nos sentirmos assim procuremos de imediato a luz da oração, que fortalece e ilumina, espancando as sombras do desalento.
Abrir as janelas, observar a natureza, mesmo que o dia seja de chuva e frio. Verifiquemos como as árvores, quando castigadas pelos ventos e pela água, balançam ao seu compasso. Passada a tempestade, recompõem-se e continuam enriquecendo a paisagem com os seus galhos, folhas, flores e frutos. Olhemos para as flores. Mesmo que a chuva as despedace, elas, generosas, deixam as suas marcas coloridas pelo chão, ou permitem-se arrastar pela correnteza, criando um rio de cores e perfumes pelo caminho.
Aprendamos com a natureza e afugentemos o desânimo com a certeza de que, depois da tempestade, retornará o tempo bom, o sol, o calor. Não nos permitamos sintonias inferiores, porque se vibrarmos mal, vamo-nos sentir mal e, naturalmente, tudo se tornará mais difícil.

Sem comentários: