quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O PRAZER DE SER BOM

O desejo da felicidade é inerente ao homem.
A busca do bem-estar constitui um dos factores do progresso.
Foi trabalhando para eliminar sensações desagradáveis que a humanidade desenvolveu o seu intelecto e habilidades.
Caso o ser humano não procurasse fugir da dor e do desconforto, ainda estaria nas cavernas.
Contudo, por mais que se procure incessantemente descobrir remédios e soluções para as dores, é impossível ignorar a fragilidade da vida material.
Tudo o que envolve a matéria encontra-se em contínuo processo de metamorfose. Todos os homens adoecem, envelhecem e morrem.
As pessoas esforçam-se para conquistar bons empregos, mas nada lhes assegura que os manterão para sempre.
A maior parte dos nossos amores, sejam familiares ou amigos, não ficará connosco até ao final da vida.
A estabilidade financeira constitui objecto de preocupação de quase todos nós, mas a fortuna é transitória e incerta.
Ao longo do tempo, famílias ricas caem na miséria. Ao mesmo tempo, muitos pobres enriquecem.
Esse contínuo alterar das condições materiais não evidencia crueldade da vida.
A divindade não se compara em brincar com os homens, para os desnortear. O persistente modificar e despedaçar que envolve a vida na terra destina-se a chamar a atenção dos homens para o que realmente importa.
Ao final de tudo, o que restará?
A beleza física fenece com o tempo. As elevadas posições sociais gradualmente perdem sua importância ou são ocupadas por outros. A riqueza material não é levada para o além-túmulo. A única bagagem que o espírito leva para a vida imortal são as suas conquistas morais.
Quem consegue, por entre as ilusões do mundo, desenvolver bondade, compaixão, pureza e rectidão de carácter, permanece para sempre assim.
Na Terra, no plano espiritual ou nas encarnações futuras, as virtudes acompanham o espírito. E a verdade é que ser bom dá muito prazer.
Trata-se do inverso do que ocorre com a maldade e os vícios de toda a ordem, que somente sobejam dor e sofrimento. Jamais se viu uma alma genuinamente bondosa mudar o seu rumo ou arrepender-se da sua bondade.
Contudo, inúmeras criaturas levianas ou maldosas, com frequência, alteram o seu comportamento. É um sinal evidente de que as virtudes causam prazer, ao passo que as imperfeições apenas dor e infelicidade.
Afinal, ninguém desiste do que é realmente bom.
As pessoas que conseguem enfrentar situações complicadas com serenidade causam admiração.
A harmonia e a paz são conquistas preciosas, que não surgem de um momento para o outro. Quem hoje se mostra tranquilo, certamente gastou muito tempo disciplinando o próprio carácter. Entretanto, viver em harmonia é extremamente delicioso.
O ódio, o rancor e a ira desgastam profundamente o ser humano. Quem consegue livrar-se desses vícios torna-se muito mais feliz. Então, o equilíbrio felicita a criatura, o mesmo ocorrendo com todas as outras virtudes. O homem que vence a posse e ama pelo prazer de ver feliz o ser amado desenvolve imenso bem-estar. Ele não mais se angustia tentando controlar a vida de seu amor.
Convém reflectirmos sobre essa realidade, fazendo uma análise criteriosa de nosso carácter.
Como desejamos a felicidade, é importante desenvolver em nós a única causa de permanente alegria:
O amor ao bem e às virtudes em geral.


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