sábado, 8 de agosto de 2009

POBRES DE ESPÍRITO


Numa certa passagem do Evangelho, existe a seguinte afirmação proferida por Jesus: "Bem-aventurados os pobres de espírito, pois deles é o reino dos céus".
Esta afirmativa costuma ainda, apesar de estarmos no século XXI, ser mal compreendida, porque se imagina que pobre de espírito é o simplório ou o ignorante.
Assim, o melhor modo de garantir o céu seria permanecer na ignorância.
O desenvolvimento intelectual poderia trazer prejuízo para a salvação espiritual, sendo que o candidato à futura felicidade faria bem em continuar tosco e iletrado.
Muitas outras passagens do Evangelho elucidam a importância de colaborar na construção de um mundo melhor, porque quanto mais recursos um ser humano movimentar, mais apto ele se encontra para influenciar positivamente a sociedade. Um ser humano, deve ser um cristão que seja o sal da Terra e a luz do Mundo, mas isto é impossível se ele estiver em estado total de ignorância, e para que ele ilumine é necessário não estar nas trevas da falta de conhecimento. A inteligência, a palavra bem-posta e a educação são meios preciosos para influenciar positivamente a vida dos nossos semelhantes, e nenhum talento deve ser desperdiçado, pois todos representam bênçãos divinas em favor da humanidade. O homem inteligente tem a missão de esclarecer e conduzir os irmãos de caminhada por caminhos de paz e bem-estar, e por isso afirmo categoricamente que a ignorância não constitui um estado ideal e meritório, porque toda a ignorância deve ser esclarecida e toda a inteligência precisa ser cultivada, e deste modo, o termo "pobre de espírito" não se refere a alguém tosco ou iletrado.
No contexto dos ensinamentos que os evangelhos nos dão, "pobre de espírito" possui o sentido de pessoa humilde, sendo que a humildade é apontada como condição para acesso à felicidade e à realização pessoal.
O Universo é demasiado amplo e magnífico para ser totalmente explicado pelo pouco que a humanidade já logrou apreender, e existem preciosas lições a serem aprendidas, mas elas exigem humildade.
Jamais devemos alimentar qualquer ilusão de superioridade.
A humildade vai-nos possibilitar agir com compaixão, pois nos fará perceber e entender o próximo como um igual se ele for digno da nossa confiança, honrado e merecedor do nosso trabalho e esforço, e não continuar a agir como um hipócrita.

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