Ser amigo, é todos os dias aprender alguma coisa nova, é ter sempre algo para se arrepender por alguma coisa que se deixou de fazer. Ser amigo é principalmente dividir uma emoção, saber acalentar um coração e deixá-lo voar para longe de nós quando ele precisar.
Mas ser amigo é especialmente recolhermo-nos num cantinho e esperar que o coração desalinhado volte para a nossa mão no momento que ele achar que é bom.
AMIGO:
QUANDO, nas horas de íntimo desgosto, o desalento te invadir a alma e as lágrimas te aflorarem nos olhos, procura-me: eu sou aquele que sabe sufocar-te o pranto e estancar-te as lágrimas;
QUANDO te julgares incompreendida dos que te circundam e vires que, à tua volta, a indiferença recrudesce, vem para junto de mim: eu sou a LUZ, sob cujos raios aclaram a pureza das tuas intenções e a nobreza dos teus sentimentos;
QUANDO se te extinguir o ânimo para arrostares as vicissitudes da vida e te achares na iminência de desfalecer, chama-me: eu sou a FORÇA capaz de remover-te as pedras dos caminhos e sobrepor-te às adversidades do mundo;
QUANDO, inclementes, te açoitarem os vendavais da sorte e já não souberes onde reclinar a cabeça, corre para junto de mim: eu sou o REFÚGIO, em cujo seio encontrarás guarida para o teu corpo e tranquilidade para o teu espírito;
QUANDO te faltar a calma, nos momentos de maior aflição, e te considerares incapaz de conservar a serenidade de espírito, invoca-me: eu sou a PACIÊNCIA, que te faz vencer os momentos mais dolorosos e triunfar das situações mais difíceis;
QUANDO te debateres nos paroxismos da dor e tiveres a alma ulcerada pelos abrolhos dos caminhos, grita por mim: eu sou o BÁLSAMO que te cicatriza as chagas e te minora os desfalecimentos;
QUANDO o mundo te iludir com as suas promessas hipócritas e perceberes que já ninguém pode inspirar-te confiança, vem a mim: eu sou a SINCERIDADE, que sabe corresponder à franqueza das tuas atitudes e à nobreza dos teus ideais;
QUANDO a tristeza e a melancolia te povoarem o coração e tudo te causar aborrecimento, chama por mim: eu sou a ALEGRIA, que te insufla um alento novo e te faz conhecer os encantos do teu mundo interior;
QUANDO, um a um, te cortarem os ideais mais belos e te sentires no auge do desespero, apela para mim: eu sou a ESPERANÇA, que te robustece a fé e te acalenta os sonhos;
QUANDO a impiedade recusar-se a relevar-te as faltas e experimentares a dureza do coração humano, procura-me: eu sou o PERDÃO, que te levanta o ânimo e promove a reabilitação de teu espírito;
QUANDO duvidares de tudo, até das tuas próprias convicções, e o cepticismo te avassalar a alma, recorre a mim: eu sou a CRENÇA, que te inunda de luz o entendimento e te habilita para a conquista da Felicidade;
QUANDO já não provares a existência de uma afeição terna e sincera e te desiludires dos sentimentos, aproxima-te de mim: eu sou a RENÚNCIA, que te ensina a olvidar a ingratidão dos homens e a esquecer a incompreensão do mundo;
E QUANDO, enfim, quiseres saber quem sou, pergunta ao riacho que murmura e ao pássaro que canta, à flor que desabrocha e à estrela que cintila, ao moço que espera e ao velho que recorda. Eu sou a dinâmica da vida, e a harmonia da Natureza: chamo-me AMOR, o remédio para todos os males que te atormentam o espírito.
quarta-feira, 5 de março de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário