domingo, 16 de março de 2008
CALAR A DISCÓRDIA
A harmonia plena ainda constitui um sonho distante de qualquer organização humana. Os homens guardam grandes diferenças entre si. Diversos factores induzem a distintas formas de entender e viver a vida.
A educação recebida no lar, as experiências profissionais e afectivas, os professores e os amigos.
Todos esses elementos contribuem para a singularidade da personalidade humana.
A diversidade produz a riqueza.
Se todos os homens pensassem do mesmo modo, o marasmo e a mesmice tomariam conta do mundo.
Uma assembleia ou equipa composta de forma heterogénea possui grande potencial.
Ocorre que conviver em harmonia com o diferente pressupõe maturidade.
Em qualquer género de relacionamento humano, é necessário respeitar o próximo. Mas é preciso também manter o foco num objectivo maior. Toda a associação humana possui uma finalidade.
No âmbito profissional, busca-se o crescimento no qual se participa.
Na esfera familiar, colima-se a educação e o preparo dos seus membros para a vida, num contexto de dignidade.
Numa associação filantrópica, tem-se por meta a prática do bem.
A noção clara do objectivo que se persegue facilita a convivência.
O facto de alguém discordar das suas ideias não significa que esteja contra ti.
O relevante é verificar qual o modo mais eficiente de atingir a meta almejada pelo grupo. A convivência humana raramente deixa de produzir algum atrito.
Mas é preciso saber calar a discórdia.
Se o embate de ideias e posições não é mau, a agressividade e o radicalismo sempre o são.
Pensa sobre as instituições que tu integras ou podes vir a integrar.
A tua presença em tais ambientes visa o interesse colectivo, ou à exaltação do teu ego? É melhor afastares-te delas do que, por mesquinhez, seres causa de desestabilização, zangas e brigas. Mas o ideal é aprender a sacrificar o teu interesse pessoal em prol de uma causa maior.
Se uma controvérsia surge, reflecte com serenidade sobre os pontos de vista envolvidos.
Caso a tua posição não seja defensável, abdique dela.
Procura ser um elemento pacificador nos meios em que te movimentas. Certas posturas são toleráveis apenas em pessoas muito jovens.
Na maturidade, a rebeldia e a vaidade sistemáticas são ridículas.
Não canses os teus semelhantes, com posições inflexíveis e injustificáveis. Aprende a ceder e a compatibilizar, quando isso não comprometer a tua honestidade e a tua ética.
De que te adianta vencer um debate, se a causa que tu defendes sofre com isso?
O homem sábio identifica quando deve avançar e quando deve recuar. Mas sempre o faz de forma sincera e digna. De nada adianta afectar concordância e semear a discórdia nos bastidores. A dissimulação e a intriga são indignas de uma pessoa honrada. Reflecte sobre isto, quando te vires envolvido em debates e contendas. Quando te engajar numa causa, serve-a com desinteresse. Jamais te permitas servires-te dela para aparecer. Mas principalmente nunca a prejudiques por radicalismo e imaturidade.
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