quarta-feira, 28 de outubro de 2009

INVEJA

A inveja é um sentimento inferior que se traduz pelo desejo da pessoa ser o que o outro é, ou possuir o que o outro detém.
É comum invejarem-se as pessoas ricas, famosas, as que têm poder.
O que não se analisa, nem se cogita é que a riqueza, a fama e os postos de comando têm um preço.
Vendo as personagens que invejamos desfilarem nas páginas das revistas ricamente ilustradas, ou nas imagens televisivas, constatamos somente a parte boa, a positiva.
As pessoas famosas, entretanto, não conseguem ter vida particular e nem realizar coisas simples, que desejariam.
Para saírem à rua, necessitam de esquemas de segurança, disfarces, horários próprios, uma série de cuidados.
Vivem em mansões ou palácios, mas não têm o direito de andar pelas ruas, olhando as montras descontraídas.
Não se podem sentar num banco de jardim público, comer pipocas e ficar olhando o ir e vir das pessoas, numa tarde de sol morno.
Viajam em jactos particulares, têm uma agenda disputada, compromissos infindáveis e não conseguem um minuto de paz. Onde quer que estejam, fotógrafos, repórteres encontram-se à espreita para fotografar, criticar, mostrar ao público.
Frequentam lugares sofisticados e caros, onde se sentem sempre como se estivessem numa vitrina, observadas por todos.
Quando não, perseguidas por uma legião de fãs que tudo querem ver, saber, conhecer, disputar.
Se adoecem, não têm direito à privacidade. Detalhes dos exames realizados, do diagnóstico, tudo é do interesse do público.
Dramas familiares, que desejariam ficassem guardados entre as paredes do lar, logo se tornam de domínio público. Já pensamos como se sentiram aqueles que, porventura, tiveram apresentados a público a filha que se envolveu com drogas, ou o filho que se prostituiu?
Antes de invejarmos a vida do outro, o cargo, o poder, a riqueza, pensemos se teríamos condições de suportar e pagar o preço que é exigido.
Porque a fama, a riqueza, o poder não são meras circunstâncias na vida. São provas para o nosso ser. Tanto quanto o anonimato, a pobreza.
Todas são etapas de crescimento e de progresso e cada um, onde esteja, delas se deve utilizar com sabedoria, extraindo toda a experiência que oferecem.
Cada um de nós está colocado no lugar exacto, e ninguém está a receber o que não merece.
Enquanto nos colocamos na posição de invejosos, sonhando e desejando ardentemente o que os outros usufruem, esquecemo-nos de valorizar o que possuímos e o que somos, esquecemo-nos das bênçãos da família que nos sustenta afectivamente, do emprego que nos permite aprendizagem e nos garante o salário da honra.

1 comentário:

Maier Augusto disse...

Acredito que a inveja possui também aspectos positivos, dependendo de como as pessoas a usem. Se o sentimento for direcionado para destruir o outro, investindo energia nisso, temos um grande problema. Já se o mesmo sentimento for direcionado para impulsionar atitudes de crescimento, metas e objetivos, teremos então uma forma positiva e saudável de lidar com esse sentimento "demasiadamente humano". Adorei seu texto e inclusive quinta-feira, as 16h falarei sobre o tema no meu programa de rádio. Se puder ouvir e opinar fique à vontade. Programa "Conhecer e Agir" Rádio Mundial, 95,7 FM e AM 660 ou pela internet ao vivo www.radiomundial.com.br.
Abraços