segunda-feira, 25 de maio de 2009

AO MEU QUERIDO PAI

Olá, Querido Pai.
Eu, que já fui criança um dia, e que agora sou um adulto, gostaria de te dizer o que vai dentro do meu coração.
Eu sei que temos tido alguns desentendimentos, mas acredite Querido Pai, que tu és e serás sempre o meu grande herói.
Sabe, Querido Pai, que quando observo as suas mãos fortes, com algumas marcas feitas pelo tempo, penso no quanto elas significam para mim, pois foram as primeiras a acariciar as minhas débeis mãos, inseguras na infância.
Quando vejo os seus passos firmes, não esqueço de que foram eles que orientaram os meus primeiros passos.
Quando tu, Querido Pai, me pedes alguma coisa, faço isso com carinho, pois não esqueço das palavras que tu inúmeras vezes me dissestes-te para que eu aprendesse a falar.
Percebo que hoje as tuas decisões são mais lentas, mas sei também que as minhas primeiras decisões foram por elas orientadas.
Talvez tu, Querido Pai, não estejas tão actualizado quanto às novas tecnologias, mas eu lembro-me bem que tu pensas-te muito pouco em ti mesmo, para fazeres de mim uma pessoa de bem.
Se hoje, Querido Pai, a tua saúde anda um pouco debilitada, sei que muito do teu desgaste foi para garantir a minha saúde, a minha educação, o meu futuro.
Se hoje, Querido Pai, a tua memória te trai, não esqueço das centenas de vezes que advogas-te a meu favor nas situações difíceis em que me envolvia.
Hoje eu cresci, Querido Pai, e já não sou mais aquela criança indefesa, graças a ti.
Hoje a sociedade me empolga as horas, mas eu não esqueço a minha infância, os meus primeiros passos, as minhas primeiras palavras, os meus primeiros sorrisos.
Acredita, Querido Pai, que tudo isto está bem vivo na minha memória, e eu sei que nesse teu peito, já cansado, ainda pulsa o mesmo coração amoroso de outrora.
É verdade que o tempo passou depressa, e eu nem me dei conta de que estiveste sempre ao meu lado, disposto a proteger-me e a ensinar-me.
Sabes, Querido Pai, embora eu não tenha muito jeito para falar coisas bonitas, desejo dizer-te o quanto tu tens sido importante na minha vida.
Eu sei, Querido Pai, que apesar de o tempo ter passado, no teu peito, o teu bondoso coração ainda pulsa no mesmo compasso, e que o afecto que tu cultivaste dentro dele ainda floresce na minha alma, e que as emoções vividas ainda podem ser sentidas como nos velhos tempos.
Hoje eu reconheço, Querido Pai, que apesar dos longos invernos suportados, tu ainda manténs acesa a chama do amor e da ternura pelos teus filhos que embalas-te na infância.
Por isso tudo, Querido Pai, e por muito mais, eu te quero agradecer do fundo do meu coração:
Pela eterna amizade que tu me tens;
Pelos meus defeitos que tu finges nem notar;
Pelos meus valores que tu aumentas e continuas a aumentar;
Pela minha fé que tu alimentas;
Pela paz que nós nos transmitimos;
Por este pão de amor que repartimos;
Pelo silêncio que diz quase tudo;
Por esse olhar mudo que me reprova;
Pela pureza dos teus sentimentos;
Pela tua singela presença em todos os momentos;
Por estares presente, mesmo quando ausente;
Por seres feliz quando me vê contente;
Por ficares triste, quando estou infeliz;
Por rires comigo, quando estou alegre;
Por me repreenderes quando estou errado;
Pelos meus segredos, sempre bem guardados;
Por esse amor fraterno sempre tão constante.
ETERNAMENTE OBRIGADO QUERIDO PAI.

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