segunda-feira, 16 de maio de 2011

TESOUROS



Tens muitos tesouros?
Talvez te tenha vindo à mente a declaração de rendimentos entregue ao fisco, mas eu não estou a falar dessess bens, dos bens materiais, mas antes dos tesouros da alma, realmente insubstituíveis e de difícil cálculo em termos de valor.
Sob este ponto de vista as coisas ficam mais fáceis, pois todos temos possibilidades de angariar bens, já que eles são independentes da posição social ou financeira.
Por exemplo, no campo dos sentimentos, é possível que tenhamos uma lista grande dessas aquisições, desde que saibamos aproveitá-las.
Valorizar um beijo carinhoso de quem nos ama de verdade, o abraço afectuoso de um amigo, a alegria de um filho ao ver a presença do pai no seu dia-a-dia, a tertúlia em família em vez do consumo mediático das telenovelas que só servem para o corromper da mente e da alma, o cheiro da erva molhada a anunciar a mudança de estação, o sol a despedir-se no horizonte, a flor oferecida pelo nosso grande amor, a expressão de dor no olhar de um filho pela queda dada, a explosão de alegria de um filho por ter conquistado uma nota positiva num teste da escola, saber converter as relações estabelecidas em amizade sincera, etc, etc, etc.
Com respeito à moral existe também um imenso campo para limpar e conquistar bens incálculáveis.

A humildade de pedir perdão por uma atitude errada, o respeitar das idéias e opiniões dos outros, o cultivar da honestidade, ainda que a pouco e pouco, o sacrificar dos interesses pessoais e próprios por amor à justiça, a caridade, que sabe perdoar e esquecer uma ofensa, a dignidade que não se deixa contaminar pelos interesses obscuros de mentes fechadas e retrógadas, a sabedoria de não emitir opinião sobre um assunto que se desconheçe.

Por fim no campo intelectual existe muito terreno para cultivar os nossos bens preciosos.
A leitura sistemática de tudo o que pode nos clarear a mente, os questionários sinceros quanto à nossa natureza, origem e destino como seres humanos, a busca dos porquês da dor, das desigualdades intelectuais, morais e sociais, o derrube do muro apodrecido do preconceito racial, religioso, cultural e social.
Enfim, podemos agora avaliar a quantidade de bens preciosos e de valor incalculável que já detemos e os que ainda estão por conquistar, mas na verdade não sabemos de quanto tempo ainda dispomos na nossa existência actual, e por essa razão, não podemos perder tempo, sendo extremamente necessário e importante a valorização das horas disponíveis para juntarmos esses tesouros.

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