quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

PENSAMENTO DO DIA

Confesso... Estava a saudade na ponta dos meus dedos, enquanto estes procuravam caracteres que fazem sentido e dão sentido à minha vida, escrever. Sentia falta desta voz que teima em pensar, e dar-lhe expressão própria e momento único, este jardim. Aqui eu encontro-me, perco-me e volto a mim, vezes sem conta. Não é nada de especial, são só os meus estados, o estado da vida e o que de bom e de menos bom ela contém. É sabido que não sei pensar e escrever sobre borboletas, jardins radiosos, e sol atestado na pele. Sei escrever sobre alma, e essa tem muito que se lhe diga… Por isso vou pegar nas palavras mais uma vez e matar esta saudade. Porque sou vazio sem este meu cantinho, porque sei que querem ler-me de vez enquanto, pelo menos quando eu estou ausente. Não é nada de especial, sou eu, simplesmente. Eu e esta vida cheia de tudo e de quase nada. De partidas, de regressos, de encontros e esquinas perdidas. É sobre o amor que se sente e se parte, dia para dia, por pedacinhos mais pequenos para durar um pouco mais, cada dia que vai em crescente para um qualquer fim. É sobre o frio que sinto no corpo e neste peito que bate forte. É pela voz que não se ouve, pelas palavras que não se lêem, pelo silêncio na sua mais forte vertente. É por mim e por todos… Mas é mais por mim, que tenho necessidade… Precisava de matar esta fome de negro escrito em branco, de imagens recorrentes, de uma lua que brilha só para mim. Aquele que eu encontro quando, dispo a capa, solto a voz e deixo a noite acabar em mim…com palavras.

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