terça-feira, 12 de abril de 2011

SENTIMENTOS


Sentimentos, de forma genérica, são informações que seres biológicos são capazes de sentir nas situações que vivem. Por exemplo, medo é uma informação de que há risco, ameaça ou perigo directo para o próprio ser. A empatia é informação sobre os sentimentos dos outros. Esta informação não resulta necessariamente na mesma reacção entre os receptores, mas varia, dependendo da competência em lidar com a situação, e como isso relaciona-se com experiências passadas e outros factores. O sistema límbico é a parte do cérebro que processa os sentimentos e emoções. Os seres humanos nascem com um senso inato de valores pessoais positivos e negativos. Somos atraídos por valores pessoais positivos tais como justiça, honestidade, verdade, beleza, humor, vigor, poder (mas não poder abusivo), ordem (mas não preciosismo ou perfeccionismo), inteligência (mas não convencimento ou arrogância). Da mesma forma, somos repelidos por injustiça, morbidez, fúria, fraqueza, falsidade, engano, etc. Por exemplo, a beleza que está associada com o engano torna-se repulsiva. A justiça associada com a crueldade é repulsiva. Esta capacidade inata de sentir atracção ou repulsão é o fundamento da moralidade - por outras palavras, os sentimentos bem entendidos formam a capacidade interior com a qual nascemos para chegar ao que pensamos ser bom ou mau e certo ou errado. Este ponto de vista contrasta agudamente com alguns ensinamentos extremistas de algumas religiões e ideais políticos, que querem estabelecer o que é moral - que os humanos nascem num vácuo moral e que é somente a autoridade quem pode dizer aos seres humanos o que é certo e errado. A exploração extremista dos sentimentos aumenta na medida em que os sentimentos não são apenas distinguidos, mas mesmo separados do pensamento crítico. Algumas religiões, entretanto algumas correntes actuais do cristianismo, acreditam que o ser humano nasce com princípios morais a ele inatos, e nele colocados por Deus. E que a "imagem e semelhança" ao Deus criador, citada no livro de Génesis da Bíblia cristã, se referiria na verdade à imagem e semelhança moral a esse Deus criador, e não à aparência física do Deus cristão. Actualmente o termo sentimento é também muito usado para designar uma disposição mental, ou de propósito, de uma pessoa para outra ou para algo. Os sentimentos assim, seriam acções decorrentes de decisões tomadas por uma pessoa. Por exemplo, o amor não é o conjunto de emoções, sensações corporais, que a pessoa sente por outra ou algo, mas o acto de sempre decidir pelo bem ou a favor de outrem ou algo, independente das circunstâncias. As sensações físicas sentidas surgem como consequência da decisão de amar. Este sentimento é chamado por muitos estudiosos como ágape, ou amor ágape. Já as sensações que a atracção física que uma pessoa sente por outra produzem em alguém, não podem ser chamadas de amor, ou de algum tipo de sentimento, mas apenas emoções (sensações corporais), consequentes do instinto que levou essa pessoa a sentir atracção física pela outra. Nesta concepção, um sentimento é uma decisão (disposição mental) que alguém toma em sua mente, ou alma, ou espírito, a respeito de outrem ou algo. Por este conceito, toda e qualquer palavra que denota emoções quando usada, pode ser classificada como sentimento quando se refere a algo que podemos ou não escolher fazer (se é um ato pode-se cometê-lo ou não, não é um instinto fora do controle da consciência) ou seja, que possua uma forma verbal. Exemplos: • Amor - Amar (pode-se ou não cometer o acto de amar, a si mesmo, a outrem ou a algo); • Ódio - Odiar (pode-se ou não cometer o acto de odiar, a si mesmo, a outrem ou a algo); • Alegria - Alegrar (pode-se ou não cometer o acto de alegrar, a si mesmo, a outrem ou a algo); • Tristeza - Entristecer (pode-se ou não cometer o acto de entristecer, a si mesmo, a outrem ou a algo); • e outros... Estes sentimentos, estas decisões ou disposições mentais, porém, vão promover emoções no corpo, que estas sim, serão sentidas. Por isso, uma pessoa que ama outra, por haver tomado essa decisão de amar essa outra, mesmo depois de sofrer algum mal cometido pela pessoa amada, pode continuar amando-a, muitas vezes sem entender como pode amar ao mesmo tempo que sente a emoção característica do momento da ira, ou da dor da traição, ou alguma outra emoção, que racionalmente, poderia conduzir a pessoa que ama a querer deixar de amar. Um problema que pode confundir o entendimento nesta concepção do que é sentimento, é o facto de que, geralmente, os nomes usados para se referir a um sentimento, também são os mesmos usados para se referir às emoções mais características destes mesmos sentimentos.

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