terça-feira, 13 de abril de 2010

DIA MUNDIAL DO BEIJO: MENOS STRESS, MENOS CALORIAS


Exercitar dezenas de músculos, libertar endorfinas, combater a depressão, diminuir o stress, queimar calorias: tudo isto resulta de um beijo apaixonado: "É o teletransporte para um paraíso", segundo especialistas.
Rute Reizinho, psicóloga com mestrado em sexologia, explicou hoje, Dia Mundial do Beijo, que os beijos apaixonados libertam endorfinas, "substâncias químicas que proporcionam sensações de prazer, euforia, bem-estar".

"Estudos indicam que o beijo ajuda a combater a depressão", acrescentou, em declarações à Lusa, lembrando ainda que também baixa os níveis de cortisol, uma hormona envolvida na resposta ao stress: "Ou seja, vai fazer com que a pessoa fique menos stressada, mais calma".

A linha pode também sair beneficiada: investigações indicam que um beijo ajuda a queimar cerca de 12 calorias e ativa 29 músculos. O aumento da tensão arterial e da temperatura da pele são outras das consequências benéficas.

O urologista e mestre em sexologia Nuno Monteiro Pereira lembra ainda que beijar "faz aumentar a autoestima, já que há uma outra parte que aceita o ato".

"É de facto um fator importante para a saúde individual, pessoal, mental de cada um", resume, contrapondo que também pode ocorrer o "contrário" porque se o beijo for "repudiado pode diminuir extremamente a autoestima".

Se não houver cuidados, beijar pode porém fazer mal à saúde. "Estima-se que através da saliva, o beijo pode ser o veículo de 250 bactérias", nota Rute Reizinho. E, por isso, origem de doenças como constipação, hepatite, tuberculose, herpes labial, mononucleose infecciosa e, se houver sangue ou feridas, sífilis.

Mas os dois especialistas ouvidos pela Lusa preferem que no Dia do Beijo se lembre o melhor que ele tem.

"O beijo dá informações gustativas, olfativas, por se estar mais próximo da pessoa, táteis, pela sensação que nos deixa, visuais, quando se beija com os olhos abertos", comenta a psicóloga.

Rute Reizinho lamenta que o beijo esteja "muito esquecido e negligenciado" numa sociedade que está a dar "muito mais valor ao sexo": "O beijo dá tanto bem-estar e prazer como um bom sexo, além de que é muito mais fácil de fazer, tanto em público, como na intimidade".

Nuno Monteiro Pereira lembrou, por seu lado, "aspetos essenciais" como o lado "sensual, que tem a ver com os estímulos sensitivos, já que os lábios são um órgão particularmente sensível a estímulos".

"Há também o aspeto cultural porque o beijo está instituído como um dos mecanismos eróticos mais importantes e que faz parte dos mecanismos de transmitir uma mensagem", o que é depois incorporado no cérebro como mensagens relacionadas com "estados da paixão e do amor", segundo o especialista.

E o que é um bom beijo? "Será com a pessoa de que se gosta, que faz ir numa viagem para uma ilha deserta e que parece que todas as pessoas desaparecem. É o teletransporte para um paraíso", responde a psicóloga.

A filematologia é a ciência que estuda o beijo.

(Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico)
Lusa

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