sábado, 4 de abril de 2009

LUTAR

A vida passa tão depressa. Na verdade, desde o nascimento que somos ensinados a educar os nossos sentimentos e, poucos são, os que se habilitam a fechar os olhos, a captar a verdadeira essência das palavras presentes nas pessoas. Até nas brincadeiras somos treinados a ver o que se passa ao nosso redor. Nada de toques, descobertas, chegando-se, inclusive, a ralharem connosco se insistíssemos brincar de ceguinhos, advertindo, que se um vento passasse, poderíamos ficar cegos para o resto da vida, desconsiderando, na verdade, que o essencial é invisível aos olhos.
O ontem já faz parte do passado, o amanhã é tão incerto, o dia de hoje é muito importante, as pessoas que nos rodeiam, os amigos, a família, os amores, um simples momento ao lado dessas pessoas já nos faz muito felizes, faz-nos ter um sentimento tão diferente e envolvente, como um abraço apertado e aconchegante.
Quero repartir a minha vida com quem sabe o meu valor, a dedicação que ela mostra por tudo o que lhe toca o íntimo, tudo o que a sensibiliza e a mergulha nas profundezas do seu coração; Quero dividir os meus dias, as minhas noites e as chuvas com quem sabe o que representam as estações que renovam as esperanças, o sereno que recolhe as mágoas, a chuva que inunda o ribeiro do espírito e traz vida nova e cheia de luz; Quero trilhar os meus caminhos com quem sabe como andar por eles, sendo confortável e pacificador, pois nas suas margens nascem os mais belos lírios da paz, as mais perfumadas rosas da felicidade, as mais loucas paixões; Quero despedaçar a minha existência com quem aposta na harmonia dos dias espiritualizados, com quem procura alento para as suas dores e sabe quão enriquecedor é estender sem interesse a mão e recolher sementes de gratidão; Quero lotear a minha vida com quem busca o espaço pra germinar as mais belas manifestações de apreço pelo próximo que seja merecedor, quem acredita no tempo como elemento imprescindível para semear afectos, quem faz do seu viver um hino de gratidão e louvor; Quero, num último desejo, falar que é no tempo que temos o fermento que nutre a nossa existência, e não lançar mão dele para o crescimento espiritual, porque é como passar por aqui sem tocar o chão sagrado, não deixando marcas, não riscando o solo da vida, não incendiando os nossos semelhantes com o calor da fraternidade e, dessa maneira, inutilmente viver.
Queria que tu viajasses mais vezes nos caminhos do meu coração e espalhasse as certezas do que preciso para sorrir, santificar e glorificar a minha existência; Queria que tu andasses muitas léguas dentro do meu singelo e puro coração distribuindo esse teu sorriso que trazes pendurado na tua face para os momentos em que dou lugar às lágrimas; Queria que tu penetrasses no fundo do mais fundo do meu coração e lá permanecesses para curar as feridas que insistem em não cicatrizar; Queria que tu avançasses nas trilhas do coração desbravando as dores, alimentando a esperança, nutrindo os seus desejos com a matéria-prima do amor; Queria que tu vigiasses o meu coração frágil, o meu coração de manteiga, e o tornasses forte e blindado para os embates que exigem força, persistência e fé; Queria que tu, se pudesses, tomasses conta do meu coração e o abrigasses no teu coração, e o aninhasses em ti, e estivesses sempre pronta a embalá-lo nas noites solitárias e medrosas, nos dias tempestuosos e demorados, nas horas desconfortáveis em que as suas batidas incomodam e sou frágil como flores nos muros.
Para aqueles que me fizeram chorar,
Para aqueles que me invejaram,
Para aqueles que me subestimaram,
Para aqueles que me magoaram,
Para aqueles que me enganaram,
Para aqueles que não acreditaram em mim,
Para aqueles que não souberam dar-me valor...
Eu ofereço apenas uma coisa: A MINHA PRÓPRIA FELICIDADE, TODO O MEU SER.

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