domingo, 8 de junho de 2008

MOMENTO PROFÉTICO - I I


Sou afeito aos sonhos e tenho os olhos guiados por luas que me inquietam o coração. Tomam-me em momentos quaisquer. Não sabem das determinações do tempo e do calendário que rege dias com compromissos, tarefas e actividades. Desorientam-me em suspiros matutinos, quando o sol já abraça o mundo. Continuo sem saber o que fazer, quando me ocupo a pensar. Isto lembra-me contracções de parto ligeiras com intervalos cada vez menores e renitentes. Percebo-me com a pulsação alterada, uma taquicardia inusitada, pois é a tal química do amor a dizer-se presente, como querem os cientistas. As minhas mãos, a despeito do tempo, guardam carícias gozadas e já tinha ouvido que a ausência é atrevida. Nunca gostei dos ditados. Na sua maioria, limitam, aprisionam as acções, distraindo a capacidade de pensar. Ando a caminhar pelas ruas da vida. Mas voltando a máxima, acima...Tolices, de quem nunca se deixou tocar pela possibilidade de amar. Nem desconfiam do desejo que aflora, pelo que não existiu de facto. Será que o amor sempre precisa de tacto, visão, cheiro e paladar? Alheamentos, de quem só sabe sentir, embora nem sempre compreenda...

(CONTINUA)

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