segunda-feira, 9 de junho de 2008

MOMENTO PROFÉTICO - V I I


Amar nem sempre significa que é um sentimento que exista na pessoa que o nosso coração escolheu. E quando se sente isso, tenta-se lutar da forma que se sabe querendo conquistar o outro coração, com receios, medos, incertezas. É um amor que dói dentro de nós, e nós apegamo-nos a um minuto de felicidade para ter forças para não desistir. Nem sempre é um amor possível por circunstâncias da vida talvez, por dificuldades difíceis de se superar, e quando se sabe disso é um sentimento angustiante, sofrido, por não se saber como arrancar de dentro de nós aquilo que se enraizou e teima em não sair de lá, embora não se encontre caminhos nem soluções. O que é o amor afinal? O que é amar? Amar é ser aquilo que amamos.
Fico a pensar que o amor leva-nos a viver uma pontinha de egoísmo. Afinal, desejamos a eternidade para a pessoa que amamos e para nós mesmos, que estamos amando. Diante do amor renunciamos à interrupção, ao cansaço, o término e o passageiro e abraçamos a eternidade como projecto único e suficiente de vida. "Somos o que amamos" revela que a força do amor reside no desejo de ajudar no crescimento do outro fazendo-o melhorar e superar os seus limites. O amor não teme enfrentar o lado obscuro do outro e não desanima. O amor é capaz de gerar um clima de empatia no qual os gestos e as palavras, nascidos do conhecimento do outro, penetram suavemente como a chuva fina e leve. O Amor incondicional e absoluto, é aquele que brota puro do Sagrado Coração do Ser. Não existe energia mais branda e ao mesmo tempo mais poderosa. É um Escudo de Protecção, é alívio para o desalento, é bálsamo para qualquer dor, é porta aberta para o bem estar. É amanhecer. O Amor é um manto de cura na nossa doença de não ver, de não sentir, de não acreditar. É combustível que faz a roda da vida girar. É ele que liberta os véus, é dele o verdadeiro sopro que nos faz despertar, é ele amor puro e incondicional que nos faz vir à tona, encarar sempre o novo dia e pensar que tudo tem uma maneira, com cada coisa a seu tempo, cada coisa no seu devido lugar.
(CONTINUA)

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