O futuro é um corpo  
que espera a minha alma.  
Chegarei pontualmente,  
severo e sereno.  
Mas antes a minha alma morrerá  
 – implícito martírio.  
Chegarei pontualmente,  
e abraçarei o meu corpo  
que descansa de não ter vivido.
   
O corpo é um futuro  
que anima o meu passado.  
Chegarei pontualmente,  
correcto e irritado.  
Purificado de mim mesmo,  
excepção, oração.  
Chegarei pontualmente,  
ajoelhado diante do meu corpo,  
aeroporto da redenção. 
  
A minha alma incorporou  
esperança e memória.  
Chegarei pontualmente,  
sábio, ressabiado,  
objectivamente subjectivado,  
pobre mas lorde.  
Chegarei pontualmente,  
e comerei da colmeia  
a amarga morte.
   
A minha alma enfim terá um corpo  
e meu corpo não terá fim.  
Chegarei pontualmente,  
discreto e destruído,  
mas então com o rosto em paz.  
Reavido e recriado,  
chegarei pontualmente.  
Olharei os olhos de Deus   
– frente a frente.
(Dezembro de 2007)
quarta-feira, 5 de março de 2008
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