segunda-feira, 3 de março de 2008

TOCAR O CÉU



Os acontecimentos são do nosso quotidiano,
Assim como certos encontros inevitáveis.
Os quais aparentemente são tão desejáveis,
Mas depois o gosto desfaz-se.

É o mal que acompanha as pessoas,
ocultar no seu interior as suas reais intenções,
que nos engrandecem com tantas novas emoções,
preenchendo a cada dia a nossa felicidade.

Mas para quê?
Por quê temos que nos contentar só com momentos?
Para se formar a chuva no firmamento,
só uma gota de água não basta…

Os nossos sonhos, pensamentos, desejos,
vão-se desfalecendo a cada dia,
não que queremos uma vida vazia,
mas as circunstâncias induzem-nos a recuar.

E aquela coragem que tanto nos falam,
de lutar pelos nossos ideais e enfrentar as situações?
Será que este mesmo princípio também se encaixa,
para as grandes paixões?

Talvez a resposta não exista,
talvez porque idealizamos muito os sentimentos do coração,
esperando que do outro possa vir a retribuição,
só que ela nunca vem.

A que vantagem chega um ser humano,
Que a muito tempo faminto de afecto e atenção,
goza do prazer de contemplar o seu precioso alimento,
Sem, no entanto, poder saboreá-lo?

Assim é o nosso coração,
Quando se encontra com outro ser.
Sempre ansioso por tê-lo por perto,
para nunca mais ficar estacionado na solidão,
buscando-o desesperadamente em vão...
E o nosso coração desintegra-se em mil pedaços,
pois o alimento que tanto buscamos e apreciamos,
nunca nos poderá saciar.

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